O bombeiro mais antigo de Portugal, chefe Luciano Fortunato Viegas, dos Bombeiros de Melo, no distrito da Guarda, morreu na segunda-feira, tendo esta quarta-feira a Liga dos Bombeiros Portugueses e o Presidente da República destacado o seu percurso.

Numa nota enviada à Lusa, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) refere que morreu, aos 102 anos, “o decano dos bombeiros de Portugal e um exemplo notável de entrega à causa que, ao longo de várias décadas, soube, como poucos, dignificar”.

“Partiu o homem que deixa, para a posteridade, os valores com que pautou uma vida cheia, nomeadamente no quartel onde serviu mais de 80 anos”, adianta a nota.

Segundo a LBP, Luciano Fortunato Viegas, nascido em 18 de agosto de 1917, “ingressou nos Bombeiros de Melo em 1 de janeiro de 1945, cumprindo uma longa carreira de mais de meio século no quadro ativo”.

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Em 2003 passou a integrar o quadro de honra, mas nunca se desapegou da casa, nem desta que era, também, a sua família. Nos últimos anos, assumia com orgulho e brio as funções de porta estandarte da associação” humanitária, adianta a LBP.

Considerando que a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Melo “acaba de perder uma referência” e que “esta irreparável perda deixa mais pobre o país”, a Liga manifestando “sentidas condolências à família enlutada, à direção, ao comando e a todos os bombeiros, aos amigos e à comunidade desta freguesia do concelho de Gouveia, que perdeu uma notável figura”.

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prestou “sentida homenagem a Luciano Viegas, que era o mais antigo bombeiro português”.

Numa nota colocada no ‘site’ da Presidência, o chefe de Estado refere que com 102 anos morreu o chefe Luciano Fortunato Viegas, “após uma longa vida de exemplo e grande mérito, tendo estado ligado ao voluntariado e aos Bombeiros de Melo durante 75 anos” que “devem servir de exemplo para todos os portugueses”.

Um exemplo de quem começou a servir o país numa época em que os recursos materiais eram muito escassos, mas em que a sua coragem e espírito de abnegação se revelaram ilimitados”, refere Marcelo Rebelo de Sousa.

Para o Presidente da República, “os bombeiros de Portugal merecem, pela sua história e pela sua permanente dedicação, o respeito nacional, mas merecem sobretudo as melhores condições possíveis para que, no âmbito das suas funções, possam viver em pleno a sua condição de bombeiro, tal como viveu Luciano Viegas até aos seus 102 anos”.

Fonte da corporação disse à agência Lusa que Luciano Fortunato Viegas morreu na segunda-feira, tendo o seu funeral sido realizado no dia seguinte.