O número de professores que precisaram de ser substituídos caiu para metade a partir de abril — quando as escolas encerraram numa estratégia para controlar a epidemia de Covid-19 — e até ao fim do ano letivo, revelam os dados do Ministério da Educação avançados esta quinta-feira pelo Público.
Entre abril e junho, quando terminou o ano letivo 2019/2020, o número de professores que precisou de ser substituído foi de 1.200. No mesmo período do ano letivo passado, o número chegou aos 2.300 docentes, avança o Governo ao jornal.
Apesar de afirmar que “desde abril de 2019 até ao final desse ano letivo procedeu-se ao dobro de substituições de professores, quando comparado com igual período do ano letivo de 2019/2020″, o ministério da Educação ressalva que este pode não ser o número total de baixas nesse período. Este é o número de novos pedidos a dar entrada na tutela e não inclui os professores que já estavam de baixa.
Além disso, não foram contabilizados os professores com baixas de curta duração que não tiveram de ser substituídos. De resto, algumas escolas não precisaram de contratar novos docentes para substituir os professores ausentes, o que pode desvirtuar o número de professores substituídos conhecidos pelo ministério.
Questionado pelo Público sobre o motivo por trás destas diferenças, Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos de Escolas Públicas, não se mostra surpreendido já que “os professores estiveram em casa, menos suscetíveis às doenças e não sentiram necessidade de meter baixa. Sentiram-se mais protegidos, com as doenças que têm, em casa do que na escola”.
Além disso, continua, como as aulas foram dadas à distância, é possível que os professores com determinados problemas de saúde (relacionados com mobilidade, por exemplo, como uma perna partida) pudessem continuar a dar aulas enquanto recuperavam em casa.