A Câmara de Viseu aprovou esta quinta-feira o financiamento do Viseu Arena, que representa um investimento total de 6,4 milhões de euros e permitirá à cidade ter a maior sala de espetáculos e recinto multiusos do Centro do país.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião do executivo, o seu presidente, Almeida Henriques (PSD), disse que se trata de um “projeto estruturante para o ‘cluster’ da cultura de Viseu”, lamentando que os vereadores da oposição tenham votado contra.

O financiamento será feito através do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas (IFRRU) e a decisão desta quinta-feira – tomada após seis anos de trabalho – permitirá a viabilização do contrato de adjudicação da obra.

O projeto representa um investimento total de 6,4 milhões de euros (IVA incluído), com um prazo de execução estimado de 300 dias e financiamento a 20 anos, com taxas de juro bonificadas.

O vereador socialista Pedro Baila Antunes justificou o voto contra da oposição com o facto de esta não querer “elefantes brancos” em Viseu, nem “serviço da dívida a hipotecar grandemente o futuro do município”.

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Pedro Baila Antunes admitiu que os vereadores do PS são favoráveis à requalificação do pavilhão multiusos (que será transformado no Viseu Arena), mas lembrou que, inicialmente, o projeto estava orçado em 2,5 milhões de euros e agora em 6,4 milhões de euros.

Não era conhecido o modelo de financiamento e hoje deparamo-nos com mais um empréstimo, que tem especificidades diferentes de outros. Pela primeira vez, vamos para uma obra de grande monta fazer um empréstimo sem qualquer fundo perdido”, explicou aos jornalistas.

Atendendo a que “Viseu vai pedir emprestado seis milhões de euros para aquela obra”, os três vereadores socialistas consideram que “seria muito perigoso” anuírem uma situação destas.

O município está cada vez mais a pedir empréstimos, sem justificar o seu porquê. E este ainda é mais grave, porque vai ter que ser completamente reembolsado e ao longo de muitos anos”, frisou.

No seu entender, até devido à pandemia da Covid-19, justificava-se reequacionar a obra, para um projeto menos ambicioso e “com outra estrutura de financiamento”.

Opinião diferente tem o vereador da Cultura, Jorge Sobrado, para quem este projeto permitirá não apenas resolver um problema do passado, uma vez que “Viseu não tem um equipamento cultural tecnicamente apetrechado com dimensão acima dos 250 lugares”, mas também “resolver um problema do futuro”.

Jorge Sobrado afirmou aos jornalistas que, para ter uma programação cultural relevante em situações idênticas às que se vivem com a Covid-19, há que “dispor de espaços com dimensão e que tenham condições técnicas para acolhimento e organização de público”.

O investimento no Viseu Arena não perde atualidade, pelo contrário. Mais do que nunca, a cultura, os eventos públicos com dimensão, irão exigir condições técnicas, sanitárias, de acolhimento, de entrada e saída de público, de higienização e o Viseu Arena está preparado para responder em melhores condições”, frisou.

O Viseu Arena, que já obteve parecer favorável da Inspeção-Geral das Atividades Culturais, terá uma capacidade superior a 5.500 espetadores (aumento de 83% da sua lotação) e uma arena de 2.500 metros quadrados.

Almeida Henriques disse que a obra já foi adjudicada e que a aprovação da parte do IFRRU deverá ser rápida, mas falta também o visto do Tribunal de Contas.

Se o visto permitisse entrar em obra ainda este ano, o autarca acredita que o Viseu Arena poderia ficar concluído até ao final de 2021.