Hostels e pousadas vão ser alternativa de alojamento para os jovens do Ensino Superior que esta sexta-feira começa a receber candidaturas para as 51 mil vagas que oferece para o próximo ano. Dada a situação de pandemia, as residências estudantis vão ver a sua capacidade total reduzida em cerca de 3000 lugares, à conta das direções de distanciamento social da Direcção-Geral da Saúde (DGS) que pedem um afastamento de dois metros entre camas. Face a essa realidade, conta o Público, o Ministério da Ciência e Ensino Superior desenvolveu uma acordo (que está a ultimar) com os hoteleiros das principais cidades para garantir que nenhum estudante fica sem alojamento.

As negociações em questão envolvem a Associação de Hostels de Portugal e vão permitir que se utilize alojamentos locais em cidades como Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, as quatro que reúnem maior caudal de estudantes e que que mais sofreram com o abrandamento do setor do turismo. Estas negociações estão a considerar a identificação das unidades de alojamento que não só estão disponíveis como garantem as condições de segurança exigidas — espaços com beliches, por exemplo, estão fora da equação. Só depois desta fase é que serão celebrados os contratos entre os estabelecimentos de ensino e os alojamentos.

O secretário de Estado da Ciência e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, conta ao mesmo jornal que esta decisão não só permite que os hostels garantam “rendimento durante um ano, que lhes permitirá manter a estrutura numa altura em que sofreram uma quebra de clientes”, e resolve o problema do alojamento de estudantes em tempos de covid-19.” O contrato que está a ser negociado é válido para o próximo ano lectivo.

Candidaturas a 51 mil vagas no ensino superior começam esta sexta-feira

O conhecimento destas negociações chega no dia em que abre o concurso nacional de acesso a mais de 51 mil vagas ao ensino superior, mais tarde do que o habitual devido à pandemia de Covid-19 que obrigou a adiar as datas de exames e alterar calendários. Prazo decorre até 23 de agosto, sendo os resultados conhecidos em 28 de setembro.

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Para o próximo ano letivo, as instituições de ensino superior disponibilizaram mais de 51 mil vagas, o valor mais elevado dos últimos sete anos, com as universidades de Lisboa e do Porto a liderarem no aumento de lugares. As instituições de ensino superior do Porto poderão ter mais alunos nas áreas das engenharias enquanto em Lisboa o aumento registou-se nas competências digitais, segundo dados disponibilizados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).

Apenas três instituições reduziram o número de vagas: a Universidade dos Açores, o Instituto Politécnico de Lisboa e a Instituto Politécnico de Viseu.

Além das 51.408 vagas do concurso nacional há outras 721 destinadas aos concursos locais, o que representa um aumento de 1% face ao número de vagas disponibilizadas no ano anterior. Os números mostram também um aumento de 2% nas regiões mais desertificadas e de 1,3% nos institutos politécnicos, segundo dados disponibilizados pelo Ministério da Ciência e Ensino Superior.

Tal como já vinha acontecendo nos anos anteriores, a candidatura é feita online, através do site da Direção-Geral do Ensino Superior, onde também se pode pedir a senha necessária para realizar a candidatura ao ensino superior. Nesta mesma página é possível ter acesso a toda a informação sobre cursos disponíveis, vagas e condições de acesso.

No entanto, é preciso ter em conta que as notas dos exames nacionais de quase todas as disciplinas subiram este ano — a exceção foi Matemática Aplicada às Ciências Sociais — e por isso as médias de acesso à generalidade dos cursos serão mais altas.

Exames. Português e Matemática A voltam a subir, só Matemática Aplicada às Ciências Sociais teve média negativa

A média dos exames realizados a Biologia e Geologia, por exemplo, subiu 3,3 valores numa escala de 0 a 20, sendo agora de 14 valores.

O ministro da Ciência e Ensino Superior voltou esta semana a lembrar que o objetivo para o próximo ano letivo é que o ensino seja presencial.

Durante duas semanas e meia do mês de julho, milhares de alunos do 11.º e 12.º anos realizaram exames nacionais nas disciplinas que elegeram como provas de ingresso, ou seja, os exames realizados foram para acesso ao ensino superior. Segundo dados do Ministério da Educação, registaram-se 257.330 inscrições na primeira fase dos exames finais nacionais, tendo sido realizadas 227.962 provas, o que corresponde a cerca de 88,6% das inscrições.