O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou esta quinta-feira o homólogo francês de ter uma visão “colonial” do Líbano, classificando como “espetáculo” a visita de Emmanuel Macron a Beirute após as explosões da semana passada.

“O que Macron e companhia querem é restabelecer a ordem colonial” no Líbano, disse Erdogan num discurso em Ancara.

“A nós, não é correr atrás das fotos ou fazer espetáculo em frente às câmaras que nos interessa”, acrescentou.

O chefe de Estado turco referia-se à visita de Macron a Beirute na semana passada, dias após a explosão que, em 04 de agosto, fez 171 mortos e mais de 6.500 feridos e destruiu a capital libanesa.

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O Presidente turco não se deslocou pessoalmente a Beirute, mas enviou o seu vice-presidente e o chefe da diplomacia na semana passada.

O Líbano esteve sob mandato francês entre 1920 e a sua independência, em 1943. Antes disso, esteve sob domínio otomano durante quatro séculos.

As críticas de Erdogan surgem no contexto de tensões crescentes entre a Turquia e a França, nomeadamente devido a interesses divergentes na Líbia e no Mediterrâneo oriental.

Prospeções turcas de hidrocarbonetos naquela zona marítima provocaram reações da Grécia e da União Europeia.

Paris, que apoia Atenas, denunciou as ações “unilaterais” de Ancara e anunciou na quinta-feira ter reforçado temporariamente a sua presença militar no Mediterrâneo oriental com o destacamento de dois aviões e dois navios de guerra.

A imprensa pró-governamental turca acolheu este anúncio com indignação, acusando Paris de “ultrapassar os limites” e “procurar a guerra”.