Cerca de 3,4 milhões de pessoas estiveram infetadas com o coronavírus na Inglaterra, de acordo com um estudo serológico, feito a mais de 100 mil pessoas pelo Imperial College de Londres, citado pela Bloomberg.

Os números contrastam profundamente com as estatísticas oficiais relativas aos casos identificados: no Reino Unido, foram diagnosticados até ao momento 313.798 casos de Covid-19, 270.971 dos quais em Inglaterra.

De acordo com este estudo serológico, que o governo britânico diz ser o mais abrangente realizado em todo o mundo, o número real de casos poderá ser mais de 12 vezes maior do que o número de casos detetados.

Além disso, o inquérito mostra que uma em cada três pessoas não tiveram sintomas.

O estudo revela ainda que a capital de Inglaterra, Londres, é o lugar do país onde mais pessoas estiveram em contacto com o vírus: estima-se que 13% da população tenha anticorpos contra a Covid-19. Em regiões mais rurais e menos populadas, como o Sudoeste, apenas 3% da população tinha estado em contacto com o vírus.

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Também é possível identificar desigualdades entre as populações de Londres, com os anticorpos a serem mais proeminentes entre as minorias étnicas, como os negros e os asiáticos.

Há quem esteja imune ao novo coronavírus sem nunca ter tido Covid-19

Previsivelmente, os profissionais de saúde também constam dos grupos mais afetados pela infeção, bem como as pessoas que vivem em agregados familiares mais numerosos.

A existência de anticorpos não significa necessariamente a garantia de imunidade à doença, mas ajuda as autoridades de saúde a saber quem teve contacto com o vírus e de que forma a doença se disseminou no território — e também há quem esteja imune ao coronavírus sem nunca ter contactado com o vírus.

Em Portugal, o Instituto Ricardo Jorge também realizou recentemente um inquérito serológico, que concluiu que cerca de 290 mil pessoas tiveram contacto com o vírus — um número mais de cinco vezes maior do que o total de casos detetados.

Apenas 2,9% da população em Portugal tem anticorpos contra o novo coronavírus. Não basta para imunidade de grupo