O Departamento de Justiça dos EUA acusou a universidade de Yale de discriminar os candidatos de licenciatura de origem asiática e também brancos. De acordo com a Reuters, aquele órgão da justiça norte-americana, que investigou o caso durante dois anos, entende que o processo de seleção da universidade de Yale viola a lei dos direitos civis dos EUA.

O departamento de Justiça afirmou que estava preparado para entrar com um processo contra a instituição, caso esta não tomasse “medidas corretivas”.

Uma porta-voz de Yale citado pela Reuters revela que a universidade “nega categoricamente” as acusações, mas cooperou totalmente com a investigação, acrescentando que o Departamento de Justiça tirou as suas conclusões “antes de permitir que Yale fornecesse os documentos solicitados”.

“Se o Departamento tivesse recebido integralmente e avaliado de forma justa essas informações, teria concluído que as práticas de Yale cumprem absolutamente com décadas de precedentes do Supremo Tribunal”, sublinhou a porta-voz.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O órgão de Justiça explica que embora a raça possa ser um fator legalmente ponderado nos processos de admissões da faculdade em circunstâncias limitadas, “o uso da raça por Yale é tudo menos limitado”, acusando a instituição de ensino superior de “usar a raça em várias etapas de seu processo de admissão”.

Em agosto de 2018, o mesmo departamento de justiça acusou outra universidade da Ivy Leage (grupo que reúne oito das mais prestigiadas universidades americanas da costa Leste) — Harvard — de discriminar americanos de origem asiática no seu processo de admissão, tendo questionou a legalidade das práticas adotadas pela instituição para facilitar o acesso de outras minorias, por considerar que criam desvantagem e reforçam estereótipos.

Um juiz federal em Boston decidiu a favor de Harvard no ano passado, estando pendente um recurso dessa mesma decisão. O caso pode eventualmente chegar ao Supremo Tribunal Federal.

Conservadores americanos disseram que, ao ajudar candidatos negros e latinos, a ação afirmativa — que procura incentivar a admissão de estudantes de minorias étnicas — pode prejudicar brancos e asiático-americanos.