Uma abordagem à Covid-19 que procure atingir uma pretensa “imunidade de grupo” na Covid-19 causaria um “enorme número de mortos”, avisou Anthony Fauci, referindo-se especificamente ao caso dos EUA mas justificando a sua análise com constatações que não são exclusivas dos EUA. “Com a nossa epidemia de obesidade, com o número de pessoas com hipertensão que temos, se toda a gente fosse exposta ao vírus o número de mortes seria enorme e totalmente inaceitável“, comentou o conselheiro da Casa Branca.

Anthony Fauci, que é diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infeciosas, alertou que “se o vírus for contraído for toda a gente [ou por uma percentagem elevada das pessoas, já que essa é a teoria da imunidade de grupo], mesmo com a percentagem relativamente elevada de pessoas assintomáticas… muitas pessoas vão morrer”. Estes foram comentários feitos por Fauci numa sessão de esclarecimento à população através da rede social Instagram, citada pela imprensa norte-americana.

Embora essa seja uma meta procurada por alguns países, como a Suécia, ainda não é claro se é possível atingir uma situação em que uma percentagem suficiente dos cidadãos já foi exposto ao vírus e, portanto, não há uma tendência para grandes cadeias de transmissão difíceis de controlar. Outro norte-americano, o cientista William Haseltine, avisou recentemente que esta pretensa “imunidade de grupo”, no caso do novo coronavírus, é uma “fantasia perigosa“.

O antigo professor de Harvard, com uma carreira de mais de 50 anos ligada às ciências e à promoção do acesso aos cuidados de saúde, sublinhou que “as pessoas conseguem recuperar, conseguem gerar resposta imunitária, podem ficar temporariamente imunes mas, depois, os coronavírus voltam sempre: O mesmo vírus, no próximo ano, afetando a mesma pessoa”.

Imunidade de grupo “é uma fantasia. Uma fantasia perigosa”, avisa cientista norte-americano William Haseltine sobre a Covid-19

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