A Ford depositou grandes esperanças no Kuga, o SUV da marca no segmento dos compactos, pois com 4,6 metros de comprimento enfrenta o Nissan Qasqhai, o VW Tiguan e o Peugeot 3008, tradicionalmente os mais vendidos do segmento. E a confiança da Ford tem a sua razão de ser, pois além das versões exclusivamente com motores de combustão, propunha motorizações mild hybrid e, mais importante para o nosso país, versões híbridas plug-in, com motor eléctrico e bateria capaz de assegurar mais de 50 km em modo exclusivamente eléctrico. Além de descontos e facilidades para empresas que queiram aproveitar os incentivos, como os restantes fabricantes.

Mas, apesar da estratégia para o Kuga parecer ter sido bem traçada, “no melhor pano cai a nódoa” e, no caso do SUV compacto da Ford, não caiu uma nódoa mas sim um incêndio. Sucede que as unidades fabricadas até Junho de 2020, apresentavam uma tendência alarmante para arder quando os seus condutores decidiam recarregar as baterias. Apesar de possuírem uma capacidade de apenas 14,4 kWh (10,6 kWh úteis), o normal para um PHEV deste segmento, os técnicos do construtor notaram que as células aqueciam excessivamente durante a recarga, correndo o risco de sofrer o que se apelida de termal runaway, ou seja, continuar a aumentar de temperatura até deflagrar um incêndio.

De acordo com a Ford, pelo menos 26.000 unidades do Kuga PHEV estão afectadas por este problema, o que levou a marca americana a suspender as vendas do modelo. Se esta suspensão das vendas pode ajudar os futuros clientes, os actuais, que já adquiriram o Kuga PHEV, versão que, de acordo com a marca, foi a única vendida durante o primeiro semestre de 2020 no mercado europeu, têm outra sugestão do fabricante.

A estes clientes, segundo a Autocar, a Ford aconselha a não recarregar a bateria, pelo menos até a marca avançar com uma solução alternativa, que poderá passar pela substituição da bateria ou na unidade de gestão de energia. Esta dificuldade com as baterias acontece num momento particularmente delicado para a marca, uma vez que se os PHEV têm tendência para arder, é lícito os clientes preocuparem-se com os veículos 100% eléctricos, como o Mustang Mach-E, que estão a caminho.

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