O diretor-geral da Empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EGAB), Mamadu Baldé, afirmou esta segunda-feira que empresa está quase falida com um passivo de cerca de 25 milhões de euros.

O passivo é derivado de dívidas aos fornecedores e aos bancos, salários em atraso e dívidas à Segurança Social.

Mamadu Baldé relata “situações dramáticas” para quem gere a empresa, nomeadamente o facto de alguns credores estarem com cheques da EAGB nas mãos, mas que não conseguem movimentar nos bancos por falta de dinheiro.

“A qualquer momento o credor pode bater à porta, alguns com cheques passados pela empresa há mais de um ano e sem disponibilidade de fundos”, observou.

Mamadu Baldé fala ainda da ausência de uma política salarial coerente na EAGB, apontando para o facto de a componente subsídio ser superior ao salário mensal de alguns trabalhadores e ainda referiu que a empresa tem trabalhadores a mais.

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“Não há espaço físico para albergar cerca de 900 trabalhadores, quando a empresa poderia funcionar e bem com a metade desse efetivo”, precisou o diretor-geral da EAGB.

Mamadu Baldé disse ser precisa “muita coragem” para tomar medidas urgentes para permitir que a empresa continue a funcionar, desde logo obrigar que todos os funcionários e dirigentes da EAGB passem a pagar a eletricidade e a água que consomem.

Baldé afirmou que, neste momento, o problema de fornecimento de eletricidade e água em Bissau está assegurado, desde que a empresa deixou de produzir energia, comprando-a a uma empresa privada estrangeira que a produz desde um navio estacionado no porto de Bissau, mas, mesmo assim, avisou serem indispensáveis as reformas.

O governo da Guiné-Bissau nomeou Mamadu Balde diretor-geral da EAGB depois de ter suspendido temporariamente, a 1 de junho, o contrato de gestão da empresa, que estava a ser assegurado por um consórcio liderado pela EDP, no âmbito de um programa do Banco Mundial.

O consórcio é integrado pelas empresas portuguesas EDP, Águas de Portugal e LCBS (Leadership Business Consulting), ao abrigo de um contrato de três anos financiado pelo Banco Mundial no valor de 3,9 milhões de euros.