Um homem que tentou esfaquear um agente policial na Cidade Velha de Jerusalém foi abatido esta segunda-feira pelas forças de segurança israelitas, indicou um porta-voz da polícia local. Segundo Micky Rosenfeld, a polícia israelita indicou que o atacante foi “neutralizado” pelas forças da ordem, termo habitualmente utilizado pela segurança local para indicar que foi abatido a tiro.

O agente da polícia, de 19 anos, ficou ligeiramente ferido no peito e não perdeu a consciência, referiu entretanto fonte do Hospital Hadassa, em Jerusalém. Num comunicado, a polícia indicou que uma mulher que se encontrava próximo do local do ataque também ficou ligeiramente ferida face aos tiros disparados pelas forças de segurança israelitas.

Testemunhas citadas pela agência noticiosa France-Presse (AFP), adiantaram que, após o incidente, o presumível atacante, cuja identidade e nacionalidade não foi revelada, jazia no solo, ensanguentado.

O ataque ocorreu no centro da Cidade Velha de Jerusalém, situada na parte oriental da Cidade Santa, ocupada e anexada por Israel em 1967 e que é frequentemente palco de escaramuças.

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O incidente ocorreu horas depois de guardas israelitas dispararem e ferirem um palestiniano que, sendo surdo, não ouviu as suas ordens para parar num posto de controlo na Cisjordânia ocupada. Segundo Rosenfeld, o homem, de 60 anos, estava a andar na zona da Passagem de Kalandia, no norte de Jerusalém, onde apenas são permitidos veículos.

Rosenfeld indicou que os guardas disseram ao homem para parar, mas que ele continuou a “aproximar-se deles de modo suspeito”, o que levou as forças de segurança a disparar na direção das pernas da vítima, “ferindo-o moderadamente”. Só depois é que os guardas descobriram que o suspeito não respondeu porque “não ouve ou comunica”, disse Rosenfeld.

Os dois incidentes ocorreram também menos de três meses depois de a polícia israelita ter matado um palestiniano de 32 anos com autismo. O homem foi perseguido por forças policiais até um recanto na Cidade Velha de Jerusalém, onde dispararam sobre ele quando se encolheu junto a um caixote do lixo, aparentemente por o confundirem com um agressor.

A atuação da polícia suscitou muitas críticas e apelos para as forças de segurança reverem as suas regras para disparar, tendo em conta as pessoas deficientes. Palestinianos e organizações de direitos humanos israelitas acusam há muito as forças de segurança do Estado hebreu de utilizarem força excessiva nalguns casos.