O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português disse esta quarta-feira que está a acompanhar “com atenção e preocupação” os desenvolvimentos no Mali, após o golpe militar, bem como a situação dos portugueses naquele país e assegura que estes estão “bem”.

Em resposta à agência Lusa, o gabinete do ministro Augusto Santos Silva afirmou que “está a acompanhar com atenção e preocupação os desenvolvimentos no Mali e a situação dos portugueses que se encontram naquele país”.

“De momento, temos a informação que todos os portugueses se encontram bem”, sublinhou o MNE, adiantando que a embaixada de Portugal em Argel, acreditada no Mali, não recebeu até ao momento qualquer comunicação de cidadãos nacionais.

Segundo a informação prestada pelo MNE há portugueses a trabalhar em algumas empresas no Mali, mas a “maior parte” dos cidadãos nacionais “está integrada nas missões Eucap, EUTM e Minusma”, missões das Nações Unidas ou da União Europeia (UE).

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Portugal apoia as posições expressas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pelo secretário-geral das Nações Unidas e pela União Europeia sobre a situação no Mali, em particular o processo de mediação encetado pela CEDEAO nos últimos meses para ultrapassar o diferendo pós-eleitoral”, adiantou ainda o gabinete de Augusto Santos Silva.

O MNE salientou que “Portugal condena qualquer tentativa ilegítima de assunção do poder e de alteração da ordem constitucional vigente no Mali, em particular com recurso à violência armada”.

Na terça-feira à noite, o ministro da Defesa Nacional já tinha afirmado à Lusa que estava a acompanhar com grande preocupação a crise no Mali, na sequência da detenção do Presidente e do primeiro-ministro e outros membros do governo daquele país.

O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, anunciou a demissão esta quarta-feira de madrugada, horas depois de ter sido afastado do poder num golpe liderado por militares, após meses de protestos e agitação social.

A ação dos militares já foi condenada pela Organização das Nações Unidas (ONU), União Africana, CEDEAO e UE.

Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões da ONU e da UE.