O líder demissionário e recandidato do Chega convidou esta quarta-feira o chefe do Governo regional da Madeira, o social-democrata Miguel Albuquerque, para o apoiar formalmente e integrar a sua candidatura à Presidência da República, em janeiro de 2021.

“Venho por este meio convidá-lo a ser um dos pilares da minha candidatura como Máximo Coordenador e Representante Político da mesma. Atentas as últimas sondagens, não há dúvida de que a leve esperança de uma não recondução de Marcelo Rebelo de Sousa só pode ser concretizada pela minha candidatura. É a esse esforço que o convido a juntar-se, por Portugal e pelo desenvolvimento efetivo da Região Autónoma da Madeira”, lê-se na carta de André Ventura, a que a agência Lusa teve acesso.

O deputado único do partido populista de direita, contactado pela Lusa, escusou-se a “confirmar ou desmentir convites feitos nesta altura”, pois “ainda está a ser definida a estrutura completa da candidatura”.

“Sou candidato a impedir a renovação, por mais cinco anos, da tragédia que tem sido Marcelo Rebelo de Sousa para o país e, em especial, para a Madeira. Marcelo esteve sempre contra a região e ao lado do Governo da República, que não tem outro interesse senão transformar a Madeira e o Porto Santo em feudos socialistas, como já acontece em boa parte das regiões e distritos do país”, lê-se ainda na missiva.

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Miguel Albuquerque admitira em maio avançar ele próprio com uma candidatura autónoma ao Palácio de Belém, tecendo críticas ao “unanimismo”, ao “circo que está montado” e ao “namoro” entre o primeiro-ministro, António Costa, e o chefe de Estado.

Já no início de agosto, o líder do PSD-Madeira defendeu que o seu partido deve dialogar com várias forças políticas, incluindo o Chega, após o presidente do partido, Rui Rio, ter admitido conversar com aquele partido, caso Ventura adotasse um discurso mais moderado.

“O PSD deve é fazer aquilo que Sá Carneiro fez em 1979. Também fez a AD [Aliança Democrática] numa altura em que se dizia que o CDS era fascista”, afirmou Albuquerque, referindo-se a uma eventual federação de centro-direita com o CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal, para desalojar a esquerda do poder.