Há várias imagens que mostram bem a diferença entre o sentimento vivido entre PSG e Bayern após terem chegado à final da Liga dos Campeões. Num plano coletivo, numa ótica individual. Misturadas, criam o retrato perfeito: na Luz, os jogadores da formação francesa fizeram uma festa de arromba sempre com Neymar a liderar o pagode e foi assim também que chegaram ao hotel após o encontro; em Alvalade, os elementos do conjunto germânico foram trocando cumprimentos e abraços entre companheiros e adversários e Kimmich, que está também na sua primeira final da principal competição europeia de clubes, sentou-se depois tranquilamente no banco a beber água.

Qualquer leão vira presa quando Gnabry se torna caçador com a nova arma: Futebol Total 2.0 (a crónica do Lyon-Bayern)

Os alemães confirmaram o seu favoritismo frente ao Lyon depois de um triunfo por 3-0 num jogo onde os franceses até entraram melhor e Serge Gnabry, internacional de 25 anos, voltou a mostrar a verdadeira explosão enquanto jogador que teve e que tem vindo a ser muito falada… para mal dos clubes onde passou anteriormente: após cinco anos na formação do Estugarda, mudou-se para o Arsenal com 16 anos, nunca teve oportunidades em Londres, não foi feliz no empréstimo ao West Bromwich e acabou por ser vendido por pouco mais de cinco milhões de euros ao Werder Bremen. Um ano depois, em 2017, assinou pelo Bayern por oito milhões (a cláusula que tinha no contrato). Hoje, é um dos melhores avançados germânicos da atualidade e voltou a ser decisivo com um bis.

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Juntando o rendimento ofensivo de Gnabry nesta edição da Champions, que chegou aos nove golos já depois de ter feito um póquer em Londres na goleada ao Tottenham, aos números avassaladores de Lewandowski, a dupla leva mais golos junta do que todas as equipas em competição menos o PSG, também ele finalista esta domingo (25-24). E foi por isso também que o avançado de 25 anos recebeu o prémio de MVP no encontro no final.

No entanto, são os números de Lewandowski que continuam a impressionar nesta Liga dos Campeões (e na época toda, entenda-se). Ao todo, numa época que começou com uma derrota na Supertaça frente ao B. Dortmund a 3 de agosto, o polaco leva 55 golos em 46 jogos oficiais realizados entre Bundesliga, Taça da Alemanha, Supertaça e Liga dos Campeões, mais 12 do que a melhor temporada na carreira em 2016/17. Mais números? Marcou nos últimos dez jogos realizados (14 golos) e apenas em dois dos 21 encontros disputados em 2020 não marcou. Na Champions, fechou as contas da vitória diante do Lyon com o 15.º golo da prova, apenas a dois do recorde de Ronaldo. Mas esse não é o único registo máximo do português em risco, tendo em conta as nove partidas seguidas sempre a marcar na Liga milionária, a dois do avançado que atua agora na Juventus após nove anos em Madrid.

Aos 31 anos, e apesar de não ter conseguido ganhar a Bota de Ouro apesar dos 34 golos em 31 jogos disputados na Bundesliga (Ciro Immobile marcou 36 em 37 partidas na Serie A pela Lazio), Lewandowski está melhor do que nunca e com número de Bola de Ouro – que este ano não será atribuída. Segredo individual? A dieta desenhada e monitorizada pela mulher, que já foi abordada publicamente por outros jogadores.

“Ele tem sempre muita vontade de melhorar como jogador e para isso segue uma dieta especial. O Robert contou-me que a grande mudança na carreira dele, quando chegou ao topo no clube e na seleção, aconteceu muito por ter mudado radicalmente o que comia. Nas concentrações ele tenta transmitir esses benefícios aos outros jogadores. No dia dos jogos há muita proteína. Come atum ao pequeno-almoço e umas coisas meio doidas. Além disso, evita tudo que tenha glúten e lactose. Na véspera do jogo, depois do jantar, come um prato de arroz doce, para encher com hidrato de carbono e glicose. Na recuperação, muita verdura e abacate. Todos os exames mostram que resulta até porque ele disputa mais de 50 partidas por ano e sempre ao mais alto nível físico. Recebo sempre conselhos dele. E apesar de todo o sucesso que tem, e do facto de ser um dos maiores avançados do mundo, é um tipo simples e muito humilde”, contou em entrevista à ESPN o companheiro de seleção Thiago Cionek.