Uma breve análise das características técnicas dos dois modelos da casa do Cavallino Rampante deixava claro que a probabilidade de sucesso não favorecia o F40, concebido para comemorar os 40 anos da Ferrari, com apenas 1315 unidades fabricadas entre 1987 e 1992. À semelhança do 488 Pista, aqui na versão mais recente, a Spider, também o F40 monta um motor V8 biturbo, com cada turbocompressor a “soprar” a sua bancada de quatro cilindros. Mas as semelhanças terminam aqui.

O V8 do 488 Pista é maior (3,9 em vez de 2,9 litros) e possui um sistema de sobrealimentação mais actual, que modula a pressão do turbo, para ter mais força a baixo e a médio regimes, mas menos a alta rotação, essencialmente para ultrapassar em muito as sete centenas de cavalos. O resultado é 720 cv para o Ferrari moderno e 478 cv para o clássico que, para cúmulo, tinha ainda menos força, ao anunciar 576 Nm contra 770 Nm do 488 Pista.

Associadas aos V8 biturbo, montados em posição central traseira, surgem as caixas de velocidade, que colocam nas rodas posteriores toda a potência. Mas há grandes diferenças entre elas. O F40 recorre às tradicionais caixas manuais de Maranello (ainda com apenas cinco velocidades), com a grelha metálica no selector, que são lindas mas não muito rápidas de manusear. Enquanto isso, o Ferrari moderno monta as actuais caixas automáticas de dupla embraiagem, com sete velocidades, extremamente rápidas e comandadas a partir das patilhas junto ao volante.

A última esperança do F40 era ser substancialmente mais leve do que o seu rival e irmão, mas nem o peso o favorece de forma decisiva, pois se o F40 reivindica 1369 kg, o 488 Pista acusa apenas mais 16 kg quando colocado sobre a balança. Daí que nem o especial talento de Tiff Needel, conhecido jornalista e ex-piloto, que chegou a militar na F1, tenha conseguido ajudar a equilibrar os pratos da balança, tanto que seria impensável brutalizar o F40 para lhe arrancar mais meio segundo. Veja o vídeo do canal de YouTube Lovecars para saber quem ganhou e com que avanço:

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