Puxando o filme atrás, há um ponto comum (entre muitos) nos finalistas das principais provas europeias entre Liga Europa e Champions: em cada jogo estaria um central que passou pelo FC Porto B sem que muitos se recordem dessa passagem. Em Lisboa, Thiago Silva, agora capitão do PSG. Passou pela equipa secundária dos azuis e brancos em 2004/05, saiu por empréstimo para o Dínamo de Moscovo, voltou ao Brasil pelo Fluminense, regressou à Europa via AC Milan e encontra-se há oito anos nos campeões franceses. Em Colónia, Diego Carlos. Fez a primeira temporada em Espanha, esteve no conjunto B dos dragões em 2014/15, voltou ao Estoril, passou três anos na Ligue 1 ao serviço do Nantes e tornou-se esta noite o herói do sexto triunfo do conjunto da Andaluzia.

A tradição ainda é o que era, nem que Diego Carlos vá à bruxa de bicicleta (a crónica do Sevilha-Inter)

O FC Porto não passou ao lado dessa temporada. “Enhorabuena Sevilla FC! Parabéns Fernando, Óliver Torres, Diego Carlos e Julen Lopetegui pela conquista da Liga Europa”, escreveram os azuis e brancos no Twitter pouco depois do triunfo dos espanhóis frente ao Inter. Mas não eram essas as únicas caras conhecidas que passaram pela Liga portuguesa porque naquela equipa estava ainda o médio Gudelj, que na última temporada esteve no Sporting, além de Daniel Carriço (saiu a meio da época para o Wuhan Zall) e Rony Lopes (vai agora para o Nice). Hoje, em Colónia, não havia portugueses. Mas nem por isso deixou de haver meia bandeira de Portugal.

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O Polvo, como também ficou conhecido na passagem pela Primeira Liga, não esqueceu a dupla nacionalidade e levou para o palco quando recebeu a medalha e ergueu mais tarde o troféu uma bandeira que se dividia entre Brasil, onde nasceu, e Portugal, dupla nacionalidade que tem desde dezembro de 2013. Aliás, ao contrário do que aconteceu num passado recente com Liedson e Dyego Sousa, o médio mostrou-se disponível a partir daí para representar a Seleção Nacional, até tendo em vista o Mundial de 2014. Não foi nesse momento, não foi a seguir, nunca chegou a ser. Mas nem por isso Fernando deixou de celebrar dessa forma a vitória na Liga Europa.

Após um ano no Estrela da Amadora por empréstimo, o médio esteve seis anos no FC Porto, tendo ganhou quatro Campeonatos, três Taças de Portugal, quatro Supertaças e uma Liga Europa, em 2011, na época de ouro que teve André Villas-Boas como treinador. E o agora técnico do Marselha, que viu a sua estreia na Ligue 1 adiada após quatro testes positivos na equipa, deixou também uma mensagem através do Instagram ao antigo jogador.  “Parabéns, meu querido Fernando”, escreveu o técnico que recentemente recordou um episódio importante dessa passagem pelo Dragão: as mensagens e as indicações táticas do jogo de estreia, na Supertaça, com o Benfica.

Vendido ao Manchester City por 15 milhões de euros, Fernando esteve três temporadas em Inglaterra (ganhou apenas uma Taça da Liga) antes de ser vendido aos turcos do Galatasaray por 5,25 milhões de euros mais cláusulas por objetivos que aumentaram o valor total do negócio. Bicampeão no país, tendo ainda ganho uma Taça, o Polvo foi uma das apostas de Monchi para a presente época, com o Sevilha a pagar 4,5 milhões de euros por um jogador de 32 anos que chegou a ser suplente na fase inicial da temporada mas que terminou com elemento determinante para o sucesso dos andaluzes, que terminaram a época com mais um triunfo na Liga Europa.