O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, desloca-se a Israel na segunda-feira, para discutir o estabelecimento dos laços diplomáticos com os Emiratos Árabes Unidos (EAU) e os esforços para voltar a impor sanções ao Irão, foi anunciado este domingo.

Mike Pompeo deverá encontrar-se com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, com quem abordará a normalização das relações com os EAU, com a mediação de Washington e ainda pendente da assinatura de um acordo, avançou a agência de notícias espanhola EFE.

Na agenda está também o processo aberto pelos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU) para restabelecer as sanções internacionais contra Teerão, que Israel apoia, uma iniciativa que alguns peritos consideram ter “uma base jurídica questionável” e que tem a oposição dentro do Conselho de Segurança da ONU.

Segundo a emissora pública Khan citada pela EFE, outro ponto da agenda de Pompeo será a influência da China em Israel, onde tem presença através de empresas que trabalham na gestão de infraestruturas e projetos de construção, “uma questão que preocupa Washington, que pretende minimizar o peso crescente do seu principal rival comercial”.

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Depois da passagem por Israel, o Secretário de Estado norte-americano seguirá para os Emirados Árabes Unidos para abordar o progresso das negociações com Israel.

Desde 13 de agosto, altura em que os Estados Unidos anunciaram a reaproximação oficial entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, os dois países têm dado passos importantes para um acordo. Há oito dias foi aberta uma linha de comunicação direta, e empresas de ambos os países chegaram a um acordo comercial para investigar em conjunto a pandemia da covid-19.

O chefe da Mossad (serviços secretos israelitas), Yosi Cohen, deslocou-se a Abu Dhabi para um encontro com o conselheiro de segurança dos Emirados Árabes Unidos. Além da normalização das relações políticas, os dois países pretendem um entendimento de relações ao nível económico e de turismo e já começaram a negociar o estabelecimento de voos diretos entre Tel Aviv , Dubai e Abu Dhabi.

A Casa Branca tem insistido para que outros países do Golfo Pérsico, como o Bahrain, Omã ou a Arábia Saudita, sigam os passos dos Emirados Árabes Unidos. O passo dado por Abu Dhabi é uma mudança no consenso histórico no seio da Liga Árabe, que rejeita o estabelecimento de relações com Israel até que haja um acordo de paz com os palestinianos.