A transferência de Alexei Navalny de Omsk, na Rússia, para Berlin, na Alemanha, num avião com pessoal médico para tratar um possível envenenamento, foi paga pelo empresário e filantropo russo Boris Zimin, radicado nos Estados Unidos da América, informou o próprio.

O empresário, filho do fundador da empresa de telecomunicações Vimpelcom, Dmitri Zimin, confirmou que pagou o transporte de Navalny para Berlim numa mensagem publicada no Facebook. Ao mesmo tempo, o milionário surpreendeu-se com a agitação causada nas redes sociais com esta notícia.

Segundo Zimin, “é muito triste” que a prestação de uma ajuda de primeira necessidade promova tantos “palmadinhas nas costas”. O empresário acrescentou que aprecia os sinais de agradecimento, mas pediu a todos os seus seguidores que relembrem os casos de ativistas russos condenados injustamente ou torturados “até a morte”.

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“Convido-o a prestar atenção e apertar a mão aqueles em nosso redor que lutam por alguma causa, por princípios e consciência, arriscando as suas vidas e bem-estar”, escreveu Zimin que, numa entrevista em 2018, revelou que apoia o fundo anti-corrupção de Navalny desde a sua fundação, em 2012.

O ativista anti-corrupção é um dos mais proeminentes críticos do Presidente Putin e foi detido várias vezes. Alexei Navalny chegou no sábado ao aeroporto Tegel, em Berlim, vindo de Omsk, na Sibéria, a bordo de um avião com pessoal médico para ser tratado no hospital universitário La Charité.

Navalny está em coma, possivelmente devido a envenenamento, embora os médicos russos que o trataram primeiro tenham falado em problemas de metabolismo. Os médicos russos inicialmente negaram a autorização para Navalny ser transferido para a Alemanha, considerando que o opositor não estava em condições para isso, mas depois cederam e permitiram inclusivamente que o ativista fosse examinado por médicos alemães.

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A mulher de Alexei Navalny tinha também endereçado uma carta ao Presidente russo, Vladimir Putin, pedindo para ser autorizada a deixar o país.

Os partidários de Navalny acreditam que o ativista foi envenenado através de um chá que bebeu no aeroporto de Tomsk, na Sibéria, de onde embarcou um voo para Moscovo na quinta-feira. A aeronave em que viajava o político, autor de várias investigações sobre corrupção nas elites russas, teve que fazer uma paragem de emergência em Omsk devido a um desmaio repentino de Navalny.