O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, considerou esta quarta-feira de “extrema gravidade” os tiros na fronteira libanesa contra soldados israelitas, prometendo uma resposta “enérgica” a qualquer novo ataque.

“Reagiremos com força a qualquer ataque contra nós”, declarou num comunicado.

“Aconselho o (movimento xiita libanês) Hezbollah a não testar a força de Israel. O Hezbollah coloca uma vez mais o Líbano em perigo devido à sua agressão”, sublinhou Netanyahu.

O exército israelita já tinha reivindicado esta quarta-feira ataques aéreos contra posições do Hezbollah perto da fronteira israelo-libanesa onde patrulham ‘capacetes azuis’ da ONU, em “resposta” a tiros do movimento xiita contra os seus soldados.

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“Houve disparos do Líbano contra soldados israelitas, (…) os soldados responderam com foguetes e tiros, e depois, durante a noite, helicópteros e aviões atingiram as posições do Hezbollah”, indicou o exército israelita em comunicado.

Horas antes, o exército de Israel tinha anunciado um “incidente de segurança” perto da comunidade agrícola de Manara, ao longo da “Linha Azul”, fronteira de facto que separa os dois países teoricamente em guerra.

Na manhã de quarta-feira, a situação estava calma na zona daquela comunidade, embora o exército tivesse pedido na véspera à população para se preparar para se refugiar num local seguro em caso de escalada, segundo um jornalista da agência France-Presse no local.

O novo incidente na fronteira acontece depois de o Hezbollah ter anunciado no fim de semana ter abatido um avião não tripulado (‘drone’) israelita no espaço aéreo libanês e na véspera da renovação do mandato da missão da ONU no Líbano recentemente criticada por Israel.

Cerca de 10.500 “capacetes azuis” da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) vigiam a fronteira israelo-libanesa, garantindo a aplicação da resolução 1701 do Conselho de Segurança aprovada após a guerra de 2006, que opôs Israel ao Hezbollah, para evitar um novo conflito.

Israel apelou na semana passada a uma reforma da missão da ONU, que acusa de “parcialidade” e “ineficácia” por não ter, segundo o Estado hebreu, acesso a todas as zonas do sul do Líbano, nomeadamente a setores que serão controlados pelo Hezbollah.

De acordo com Israel, o Irão e o seu aliado Hezbollah procuram transformar, no Líbano, “rockets” em mísseis de precisão que possam frustrar o escudo antimíssil israelita Iron Dome e assim causar danos significativos a posições estratégicas do país.