As negociações entre o Parlamento Europeu e o Conselho sobre o próximo orçamento a longo prazo da União Europeia (UE) e o fundo de recuperação pós-crise da Covid-19 arrancaram esta quinta-feira, visando um acordo sobre o financiamento para 2021-2027.

Hoje [quinta-feira], as delegações do Conselho [representado pela atual presidência alemã] e do Parlamento reuniram-se pela primeira vez para conversações trilaterais a nível político, incluindo a Comissão, com vista a chegar a um acordo sobre o financiamento da UE para 2021-2027″, assinala a assembleia europeia em comunicado de imprensa.

Este arranque das negociações, em Bruxelas, surge após os chefes de Governo e de Estado da UE terem aprovado, no final de julho, um acordo para retoma da economia comunitária pós-crise Covid-19, num pacote total de 1,82 biliões de euros.

Numa cimeira histórica, a segunda mais longa da UE, foi aprovado nessa altura um Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 de 1,074 biliões de euros e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões (390 mil milhões de euros atribuídos em subvenções e os restantes 360 mil milhões em forma de empréstimo).

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Acordo fechado após maratona negocial em Bruxelas. Portugal conta com verba total de 45 mil milhões

Na altura, o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, saudou a aprovação do Fundo de Recuperação, mas fez várias críticas à proposta de orçamento da UE a longo prazo, desde logo por prever cortes em áreas como a inovação, o intercâmbio de estudantes e as migrações.

O presidente da comissão parlamentar de Orçamentos, Johan Van Overtveldt, reforça esta quinta-feira as críticas, ao vincar na nota de imprensa ser “necessário que haja financiamento adequado para programas emblemáticos da UE, tais como os destinados à investigação ou aos jovens, que são importantes para o Parlamento”.

Tem de haver progressos em matéria de recursos próprios – as receitas da UE – e do Estado de Direito, do papel da autoridade orçamental e de certas questões horizontais como, por exemplo, o clima”, salienta o eurodeputado belga.

O responsável adianta que “todos estes elementos estão, portanto, sobre a mesa”, embora considere que esta quinta-feira já houve “uma boa discussão”.

“E estou bastante seguro de que nas próximas semanas poderemos continuar essa forma positiva e construtiva de diálogo”, conclui Johan Van Overtveldt.