A Sérvia, que mantinha até agora boas relações com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, juntou-se esta quinta-feira à União Europeia (UE) anunciando não reconhecer os resultados das eleições e criticando a repressão das manifestações pacíficas naquele país.

A primeira-ministra sérvia, Ana Brnabic, anunciou esta quinta-feira que a Sérvia subscreve a posição da UE sobre a Bielorrússia, num alinhamento da política sérvia com a do bloco europeu, a que quer aderir.

A Sérvia e a Bielorrússia mantêm tradicionalmente boas relações. Lukashenko opôs-se repetidamente a independência do Kosovo e foi o único dirigente mundial que visitou a Sérvia durante os bombardeamentos da NATO, em 1999, o que foi visto internacionalmente como um sinal de apoio ao antigo presidente jugoslavo Slobodan Milosevic.

O autocrático presidente bielorrusso, no poder há 26 anos, fez várias visitas oficiais a Belgrado, a última das quais em dezembro passado, tendo discursado no parlamento sérvio.

“Espero que Lukashenko não nos leve a mal”, disse esta quinta-feira a primeira-ministra, citada pela agência Associated Press (AP), admitindo que é a primeira vez que a Sérvia subscreve uma posição da UE sobre eleições na Bielorrússia.

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Não devemos esquecer a amizade que Lukashenko mostrou para com o nosso povo nos tempos mais difíceis”, acrescentou.

Reunidos em cimeira extraordinária a 19 de agosto, os líderes da UE manifestaram solidariedade com o povo da Bielorrússia, declarando não reconhecer os resultados das eleições, que “não foram nem livres nem justas”, e o seu apoio à imposição de sanções aos responsáveis pela fraude eleitoral e pela repressão violenta das manifestações.

O alinhamento da Sérvia com esta posição começou por ser divulgado na quarta-feira através de mensagens no Twitter de embaixadores da UE e dos Estados Unidos em Belgrado, que elogiaram a decisão.