A Juventude Popular (JP), estrutura que representa os jovens do CDS-PP, criticou esta quinta-feira as orientações no âmbito da Covid-19 para crianças e jovens institucionalizados, nomeadamente o isolamento de 14 dias, considerando que revela uma “desumanidade monstruosa”.

Isolar do contacto com outras crianças e funcionários toda e qualquer criança recém-institucionalizada que não tenha acusado um resultado positivo para a Covid-19 é um ‘crime’ alicerçado uma vez mais na falta de noção da realidade, incompetência e de uma desumanidade monstruosa”, refere o presidente, Francisco Mota, numa nota enviada à Lusa.

Para a JP, “aquilo que inicialmente parecia um erro corrigível”, está a tornar-se “mais um devaneio socialista na gestão da pandemia”.

“As crianças já se veem num ambiente desfavorável, afastadas do seu agregado familiar, com sucessivos episódios em que foram maltratadas, negligenciadas e abusadas”, advoga o jovem centrista, assinalando que “fazer cumprir esta norma e isolar desta forma uma criança é crime, desumano e horroroso”.

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O presidente da JP “solicita a intervenção imediata do primeiro-ministro” e pede a António Costa “que coloque em ordem esta teimosia desmedida” da ministra da Saúde, Marta Temido, da ministra o Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho e da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

António Costa tem que fazer cumprir a carta dos Direitos do Homem e dos Direitos da Criança, documentos que o Estado português subscreve, bem como a Constituição da República Portuguesa. Basta de tanta incompetência”, insiste Francisco Mota.

Na ótica do líder da JP, “o Estado ou qualquer governo não tem o direito de colocar em causa a dignidade das crianças desta forma, com possíveis consequências incalculáveis do ponto de vista mental e de desenvolvimento no seu futuro“, pelo que exige “sensatez de acordo com a realidade vivida com estas crianças em risco”.

A ministra da Saúde e a diretora-geral da Saúde recusaram na quarta-feira estar em causa o “abandono” no isolamento de 14 dias imposto para prevenir contágio por Covid-19 quando alguém é institucionalizado, nomeadamente crianças retiradas aos pais.