A Comissão Europeia aprovou esta sexta-feira a aquisição, pela petrolífera francesa Total, de uma carteira de ativos da elétrica portuguesa EDP em Espanha, por concluir que a operação não suscita “preocupações em matéria de concorrência” a nível europeu.

A Comissão Europeia aprovou, ao abrigo do regulamento de fusões da União Europeia, a aquisição da EDP Comercializadora, sediada em Espanha, pela Total SE, sediada em França”, informa o executivo comunitário em nota de imprensa.

Segundo o comunicado, Bruxelas “concluiu que a concentração proposta não suscita preocupações em matéria de concorrência, dado que as sobreposições entre as atividades das empresas são muito limitadas”.

Em maio deste ano, a Total anunciou em Paris a compra à portuguesa EDP de uma carteira de 2,5 milhões de clientes residenciais em Espanha e duas centrais de gás com capacidade para 850 megawatts por 515 milhões de euros.

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O negócio foi notificado a Bruxelas no início deste mês de agosto.

De acordo com informação divulgada pela empresa francesa, a transação inclui cerca de 2,1 milhões de contratos de clientes da EDP Comercializadora e cerca de 400.000 da CHC, uma joint-venture entre a EDP (Energia de Portugal) e a distribuidora de eletricidade CIDE.

A transação vai permitir à Total tornar-se na quarta maior empresa do mercado espanhol no subsetor do gás, com uma quota de 12%.

A empresa portuguesa também vai transferir os 280 trabalhadores que fazem a gestão das atividades adquiridas pela companhia petrolífera francesa.

A operação é complementar à entrada da Total no mercado espanhol de energia solar em fevereiro último com uma carteira de projetos fotovoltaicos, na fase de desenvolvimento, de quase dois gigawatts e significa “continuar o crescimento na cadeia de valor integrado do gás e da eletricidade em Espanha”.

Também em nota de imprensa divulgada na altura, a filial espanhola da EDP, com sede em Oviedo, no norte de Espanha, informou que a venda estava prevista no Plano Estratégico 2019-2022 do grupo apresentado ao mercado em março do ano passado e que apontava “uma redução dos ativos de geração térmica e uma redução da exposição à volatilidade dos preços no mercado grossista”.

Segundo a energética portuguesa a operação “reforça o perfil de risco reduzido da EDP, contribuindo para aumentar o peso das atividades contratadas e reguladas a longo prazo no EBITDA [resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações], para acelerar a desalavancagem financeira permitindo uma ligeira melhoria dos benefícios esperados”.

De acordo com os planos da petrolífera francesa, a partir de 2021 a empresa terá 8,5 milhões de clientes de gás e eletricidade na Europa, em linha com a ambição de atingir 10 milhões até 2025.