O município de Almeida, no distrito da Guarda, vai evocar no sábado o cerco histórico da vila, ocorrido em 1810, durante a terceira Invasão Francesa, com um programa “minimalista” devido à pandemia da Covid-19, foi esta sexta-feira anunciado.

O presidente da Câmara Municipal de Almeida, António José Machado, disse esta sexta-feira à agência Lusa que, por razões de segurança, para evitar eventuais contágios por Covid-19, as iniciativas programadas “são minimalistas” e servem para a autarquia “sinalizar a data”.

“Enquanto autarca, não podia deixar de sinalizar um evento de referência do nosso concelho e que nos distingue em termos nacionais”, justificou.

Nos anos anteriores os recriadores participantes “chegaram às cinco centenas e, este ano, a presença é muito minimalista”.

Vamos ter 41 participantes do Grupo de Reconstituição Histórica do Município de Almeida (GRHMA) e 11 elementos do Grupo de Recriação Histórica do Vimeiro. A Associação Napoleónica Portuguesa também vai estar representada”, disse.

Segundo o autarca, os figurantes “vão participar em diferentes momentos do evento”, que terá transmissão via streaming nas redes sociais do município de Almeida.

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“É um evento muito reservado, para conseguirmos manter as regras da Direção-Geral da Saúde (distanciamento social e uso de máscara), e é limitado à presença de 55 pessoas (incluindo intervenientes) em cada ato“, acrescentou.

As atividades programadas vão decorrer ao ar livre, na Praça do Município e nos baluartes da praça-forte de Almeida. “Há um limite de entradas, controladas com barreiras e, ultrapassado o limite, não entra mais ninguém”, explicou António José Machado.

As comemorações do cerca do Almeida começam pelas 10h de sábado, com o hastear das bandeiras nos Paços do Concelho. O programa prossegue pelas 16h, no mesmo local, com a “apresentação de armas” pelos elementos do GRHMA, uma intervenção do presidente da Câmara Municipal e uma evocação da data.

Seguem-se oficinas histórico militares, de artes e ofícios (entre as 17h15 e as 18h45), um momento musical de época (18h55) e o arriar das bandeiras (19h15).

O cerco evoca o acontecimento que levou à capitulação da praça-forte de Almeida (construída nos séculos XVII e XVIII), a 28 de agosto de 1810, durante as Invasões Francesas.

Os municípios de Almeida, Elvas, Marvão e Valença formalizaram, em dezembro de 2019, junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a candidatura conjunta das Fortalezas Abaluartadas da Raia a Património Mundial.

Segundo as quatro autarquias envolvidas na candidatura, o seu objeto é “materialmente importante pela extensão e pelos exemplares que a enquadram, é composto pela Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas (já classificada pela UNESCO em 2012) e pelas fortificações abaluartadas de Almeida, Marvão e Valença”.

O património abrangido na candidatura abarca “exemplares únicos da arquitetura militar dos séculos XVII e XVIII, a par do valor intangível da paz e do relacionamento entre os povos”.