O PSD dos Açores considerou esta sexta-feira que a investigação anunciada pela Comissão Europeia a aumentos de capital na SATA representa uma situação “evitável e desprestigiante” que a companhia aérea e os açorianos “não mereciam”.

“Toda esta situação evitável e desprestigiante, que a nossa companhia aérea e os açorianos não mereciam, tem responsáveis”, declarou o vice-presidente do PSD/Açores Pedro Nascimento Cabral, falando em conferência de imprensa em Ponta Delgada.

O Governo Regional, disse o social-democrata, foi quem “colocou em risco o futuro da empresa, dos seus trabalhadores, da economia dos Açores e do bom nome” da região.

Pedro Nascimento Cabral falava depois de se ter sabido esta semana que, segundo a Comissão Europeia, Portugal tem de provar que os três aumentos de capital recentes na transportadora açoriana SATA não foram ajudas do Estado, para se garantir a conformidade total do apoio de 133 milhões de euros pedido recentemente.

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Bruxelas considera, “nesta fase”, que injeções de capital dos Açores na Sata são ajuda ilegal

O dirigente do PSD/Açores advogou que esta investigação é “muito preocupante”, mas lembrou que a “situação a que a SATA chegou é anterior à pandemia de Covid-19”, e o próprio Estado português assumiu isso em Bruxelas.

Os sociais-democratas pedem a separação das diversas empresas do grupo SATA, “apostando na sua sustentabilidade e nos postos de trabalho”, e a SATA Air Açores, que opera dentro da região, “deverá ter capitais exclusivamente públicos”, ao passo que a Azores Airlines, que opera para fora dos Açores, deve ter “capitais maioritariamente públicos”, ou seja, deve merecer uma privatização parcial quando os “ventos económicos” melhorarem.

O PSD/Açores insiste para que se conheça o plano de reestruturação o mais rapidamente possível, pois todos queremos contribuir para a compreensão da estratégia no sentido da sobrevivência da nossa companhia”, prosseguiu Nascimento Cabral.

O partido defende ainda que o financiamento que a SATA irá receber em breve seja aplicado para “reduzir, com urgência, o montante da dívida a fornecedores”, de modo a injetar dinheiro na economia regional e melhorar a situação financeira de muitas destas companhias que prestam serviços à transportadora.

Questionado sobre as responsabilidades de presidente Vasco Cordeiro na eventualidade de a Comissão Europeia considerar que os aumentos de capital recentes foram ilegais, Pedro Nascimento Cabral diz que o socialista deveria “no mínimo” pedir a demissão e “no máximo” responder judicialmente sobre o tema.