O último nome a ser falado foi Mandzukic, antes tinha existido Slimani, pelo meio houve uma tentativa de desviar Taremi para Alvalade e um sonho proibido que continua como pretensão número 1 do técnico: Paulinho. Olhando para o plantel às ordens de Rúben Amorim, e assumindo que não existem mais saídas além das previsíveis como Marcos Acuña (que continua a mostrar fotografias de treinos num pinhal quando tem feito os habituais trabalhos de pré-temporada em Alcochete), falta pelo menos um ‘9’ para poder discutir a posição com Sporar (Luis Phellype parece estar também na porta de saída). Este domingo, sem cão, o Sporting conseguiu caçar sem gato.

Pedro entrou e a equipa percebeu como ir com sede ao Pote (e o Sporting quebrou série sem ganhar em pré-épocas)

Com Sporar a começar no banco e Luiz Phellype ainda na bancada (Pedro Mendes “desceu” para os Sub-23), o técnico verde e branco apostou no trio que tinha dado a volta ao jogo com o Portimonense e conseguiu ainda mais resultados práticos com a aposta tendo Tiago Tomás em destaque: mais móvel, a descair sobretudo na direita, o dianteiro de 18 anos voltou a mostrar que pode ser uma mais valia num sistema que abdique de uma referência mais pura no plano ofensivo, fazendo uma assistência e marcando um golo no 2-0 com que se atingiu o intervalo. Essa foi aliás a grande diferença em relação à última partida no Algarve: o Sporting teve mais profundidade no seu jogo, criou oportunidades e chegou com outra objetividade ao último terço, vencendo com naturalidade o Belenenses SAD por 3-1 com uma exibição acima do que tinha feito com o Portimonense.

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O ONZE INICIAL (3x4x3). Adán (Luís Maximiano, 45′); Eduardo Quaresma (Luís Neto, 70′), Gonçalo Inácio (Coates, 70′) Borja (Feddal, 70′); Ristovski (Pedro Porro, 70′), Daniel Bragança (Rodrigo Fernandes, 70′), Matheus Nunes (Wendel, 70′), Nuno Mendes (Antunes, 70′); Tiago Tomás (Nuno Santos, 70′), Pedro Gonçalves (Gonzalo Plata, 70′) e Jovane Cabral (Sporar, 70′). Golos: Pedro Gonçalves (14′), Tiago Tomás (25′), Sporar (73′) e Agrelos (85′)

O MELHOR. Tiago Tomás apareceu na equipa principal como alternativa a Sporar, “ultrapassou” nas escolhas um Pedro Mendes que é mais posicional e mostrou novamente contra o Belenenses SAD o que evidenciara na última jornada de 2019/20 frente ao Benfica e no último jogo com o Portimonense: se sente mais dificuldades quando joga como referência ofensiva em 3x4x3 até pelas características dos próprios médios e alas leoninos, com uma chegada menor à área, mostra outra capacidade jogando mais aberto na frente descaído sobre o lado direito, em especial quando Pedro Gonçalves saía para ir buscar jogo ao meio e Jovane Cabral derivava para a esquerda. Fez o passe para o primeiro golo após insistência na área, marcou o segundo golo e esteve nas melhores ações ofensivas antes de dar lugar a Sporar, um 9 mais puro que teve também uma excelente entrada em campo.

O PIOR. Seja de grande penalidade, seja na sequência de um remate com desvio pelo meio, seja de bola parada ou seja em ataque organizado, o Sporting continua a não fazer jogos que sejam consistentes a 100%. Desta vez, e só nos 15 minutos iniciais, Robinho acertou no poste e Silvestre Varela teve uma chance flagrante onde falhou na hora do remate. O lance de Agrelos, com o resultado feito a cinco minutos do final, foi o tal golo sofrido da ordem com alguma sorte à mistura por ter ainda batido em Luís Neto, enganando Luís Maximiano.

O JOKER. Gonçalo Inácio já tinha estado em evidência nos 20 minutos disputados frente ao Portimonense, tendo feito o passe longo para Pedro Gonçalves que deu origem ao golo da reviravolta, e voltou a ter 70 minutos em bom plano sendo o elemento central da linha a três da defesa de Rúben Amorim (uma das posições mais complicadas e que exige maior rigor) e mantendo esse fator de desequilíbrio na exploração da profundidade para Jovane Cabral e Tiago Tomás sobretudo na primeira parte. Parecendo claro que o treinador leonino não irá abdicar do sistema de três defesas, e mesmo sendo provável que chegue ainda mais um central a Alvalade, o jovem central formado em Alcochete está a dar sinais que permitem ambicionar à permanência no conjunto principal.

A CURIOSIDADE. Rúben Amorim montou literalmente duas equipas para os encontros com Portimonense e Belenenses SAD e deu exatamente os mesmos minutos a cada uma delas: se na baliza Luís Maximiano e Adán fizeram uma parte cada, em relação aos dez jogadores de campo os que foram titulares com os algarvios entraram agora a 20 minutos do final e os que tinham entrado aos 70′ com os algarvios foram titulares frente aos azuis e alinharam os mesmos minutos num total de 90′ divididos de forma assimétrica pelas duas partidas. Os guarda-redes Renan Ribeiro, André Paulo e os jovens Mees de Wit e Geny Catamo não saíram do banco de suplentes.