Dezenas de jornalistas concentraram-se esta quarta-feira frente a uma esquadra da polícia na capital da Bielorrússia em protesto pela detenção de colegas que cobriam uma manifestação contra o Presidente e as recentes eleições presidenciais que a oposição considera fraudulentas.

Na terça-feira a polícia deteve oito jornalistas de diversos media, acusados de participação numa manifestação não autorizada. Podem ser alvo de multas ou penas de prisão até 15 dias, caso sejam indiciados e condenados. “Estamos a assistir a uma ação ilegal das forças policiais que estão a silenciar jornalistas sem atenderem aos métodos”, disse Olga Loiko, uma jornalista do ‘site’ tut.by., citada pela agência noticiosa Associated Press (AP).

Em resposta aos protestos antigovernamentais na sequência da divulgação dos resultados oficiais das presidenciais de 9 de agosto que garantiram ao Presidente Alexandre Lukashenko um sexto mandato com 80% dos votos, o Governo de Minsk revogou as acreditações de muitos jornalistas bielorrussos e ordenou a alguns jornalistas estrangeiros que abandonassem o país.

Responsáveis oficiais dos Estados Unidos e União Europeia já condenaram as ações dirigidas contra os media na Bielorrússia.

O ministério do Interior referiu que 128 pessoas foram detidas na terça-feira em todo o país por participação em protestos não autorizados, incluindo em Minsk, a capital. Precisou ainda que 39 permaneciam sob custódia policial para serem presentes em tribunal.

Lukashenko, que desde há 26 anos lidera em estilo autoritário a ex-república soviética de 9,5 milhões de habitantes, acusou os manifestantes de serem “marionetas” do ocidente.

No decurso dos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7.000 pessoas e reprimiu centenas de forma musculada, suscitando protestos internacionais. Desde então, o Governo tem evitado uma repressão violenta e pretende terminar com as manifestações através de ameaças, detenções seletivas e perseguição judicial de ativistas.

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