O líder do PS Madeira exigiu esta sexta-feira uma “postura mais ativa” do Governo Regional para fazer face aos problemas causados ao setor do turismo insular, no qual se agravam as dificuldades e aumenta o desemprego devido à pandemia da Covid-19.

“Estamos a sentir já, infelizmente, sinais muito negativos no que diz respeito ao setor do turismo“, declarou Paulo Cafôfo numa conferência de imprensa, na qual defendeu “mais ação e celeridade” do executivo madeirense no apoio ao principal setor económico da Madeira.

O também deputado na Assembleia Legislativa da Madeira enfatizou a necessidade de “maior celeridade nos apoios concedidas às empresas ligadas ao turismo”, como forma de salvaguardar os postos de trabalho que estão a ficar em causa.

“O Governo Regional deve ser mais célere e rápido a atuar”, como forma de evitar o sufoco das empresas e o consequente despedimento dos funcionários, afirmou.

Paulo Cafôfo mencionou notícias que revelam estar em curso “um despedimento coletivo do histórico e emblemático hotel Reid’s”, adiantando que o grupo parlamentar do PS/Madeira “tem conhecimento que outras unidades hoteleiras estão a atravessar grandes dificuldades”.

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Na quinta-feira foi divulgado que a administração daquela unidade hoteleira de cinco estrelas tinha informado os seus trabalhadores que pretendida avançar com o despedimento coletivo de mais de 60 funcionários.

Cafôfo também realçou as “consequências” do anunciado cancelamento da operação dos navios do armador AIDA na região para o setor de restauração e de animação turística, não estando ainda previsto o inicio da operação dos navios de cruzeiro.

O turismo, sendo um setor importante para a região, com 26% do Produto Interno Bruto (PIB) e 17% do emprego, e tendo em conta a realidade que estamos a atravessar, implica que haja mais ação por parte do Governo Regional”, argumentou.

Paulo Cafôfo realçou a dependência económica da região desta atividade, complementando que “a ação do Governo Regional deve ser mais concentrada”, como forma de “evitar o fecho das empresas de animação turística, unidades hoteleiras e restauração”.

Os sucessivos atrasos nas linhas de apoio criadas pelo Governo Regional, como é o caso da linha de 20 milhões, anunciada em abril, que apenas na quinta-feira abriu as candidaturas, foi outro aspeto apontado pelo líder do PS/Madeira.

Paulo Cafôfo também considerou que, em matéria de promoção do destino Madeira, a região não está a “rentabilizar a questão da confiança e do bom controlo da crise sanitária que teve, com o baixo número de pessoas infetadas”.

“É um fator que deveria estar a ser potenciado na promoção do destino Madeira”, apontou, recordando que foi chumbada no parlamento da Madeira uma iniciativa da bancada socialista que visava a “criação de um fundo para captação de novas rotas aéreas”.

No entender do presidente do PS-Madeira, é “essencial” que o Governo Regional “olhe para o turismo e esta questão dos dinheiros para a promoção ou para a captação de novas rotas aéreas como uma prioridade”.

Porque os tempos que se adivinham não serão fáceis e, portanto, em vez de guerrilhas políticas ou de pertenças candidaturas do presidente do Governo Regional a Belém, o foco deveria ser a economia com particular incidência no turismo, no apoio às empresas e no combate, sem tréguas, ao desemprego”, conclui Paulo Cafôfo.

De acordo com os últimos dados revelados na quinta-feira pela autoridade regional de saúde, a Madeira regista 43 casos ativos e apresenta um cumulativo de 167 doentes, 124 dos quais recuperados.