A Câmara de Espinho remeteu na quarta-feira ao Tribunal de Contas o processo relativo à empreitada de 4,47 milhões de euros para a construção do Estádio Municipal, revelou a autarquia, aguardando agora receber o visto no prazo legal.

A obra em causa é ambicionada há mais de 40 anos pela população dessa autarquia do distrito de Aveiro e é apontada como essencial para a atividade do Sporting Clube de Espinho, que, sem estádio próprio desde 2018, começou por usar a título de empréstimo o campo do clube vizinho de Fiães, no concelho de Santa Maria da Feira, e esta época se mudou novamente, agora para o recinto da Associação Desportiva Ovarense, no município vareiro.

“O Tribunal de Contas já nos deu parecer positivo ao empréstimo de 1,8 milhões de euros para avançar com a construção do estádio, mas agora temos receio que os constrangimentos relacionados com a covid-19 possam atrasar a resposta final, sem a qual não poderemos arrancar com as obras”, declarou à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Espinho, Joaquim Pinto Moreira.

O autarca social-democrata encara eventuais atrasos como particularmente problemáticos na presente conjuntura, porque o processo habitual “já de si é demorado” e, em contexto de pandemia, quaisquer percalços terão consequências mais graves.

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O prazo para o Tribunal de Contas se pronunciar é de 30 dias úteis.

A “celeridade na condução do processo”, disse, será determinante considerando os obstáculos que se antecipam no decurso da própria empreitada, que se espera concluída em 660 dias.

“Se uma das empresas envolvidas na obra tiver um caso positivo de infeção por covid-19 e for preciso colocar outras pessoas em quarentena, isso representará logo 15 dias de paragem forçada, após o que a retoma do trabalho também se verificará de forma lenta”, justificou.

Projetado para terrenos junto ao Parque da Cidade, à Nave Desportiva Polivalente, ao Complexo de Ténis e à Pousada da Juventude, o novo Estádio Municipal de Espinho apresentar-se-á na tonalidade do betão, com uma pala a encimar sucessivos pilares e uma cobertura metálica esmaltada de branco.

Com base no projeto dos arquitetos Diogo Lacerda e Rui Lacerda, esse equipamento terá entradas separadas para cada equipa em campo, quatro bancadas cobertas e uma lotação de 5.200 lugares.

Embora propriedade da autarquia, o edifício funcionará como sede do Sporting Clube de Espinho mediante um protocolo de cedência que “garantirá sempre a disponibilidade do espaço para outros eventos” desportivos e culturais programados pelo município.