A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou esta segunda-feira 100 incêndios em Portugal, entre as 6h e as 18h, revelou o comandante Pedro Nunes, adiantando que a probabilidade de surgirem mais ignições nas próximas horas “é grande”.

Vamos continuar sobre espetro de severidade meteorológica (…). Amanhã [terça-feira], as condições vão manter-se, com influência do vento de leste, com pouca humidade. Na próxima noite, vamos ter vento moderado a forte em toda a região a norte do rio Tejo e, por momentos, vamos sofrer rajadas na ordem dos 50/60 quilómetros por hora. O que é que isto quer dizer? Muitas dificuldades para o dispositivo de combate a incêndios”, salientou o comandante da ANEPC.

Pedro Nunes falava aos jornalistas na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, no concelho de Oeiras, para fazer um ponto de situação dos incêndios no país e apelar para que os cidadãos não adotem comportamentos de risco.

“Com estas condições meteorológicas obviamente que os incêndios ficam rapidamente fora da capacidade de supressão e não é possível, em muitos momentos, ao dispositivo apagar os incêndios nos primeiros minutos ou nas próximas horas”, frisou o responsável.

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“É um dia difícil porque este número que eu disse [100] é até às 18h. A probabilidade de termos mais ignições até às 24 horas é grande. Vão acontecer mais ignições com certeza”, acrescentou.

O comandante reforçou que terça-feira vai ser um dia “extremamente complexo”, uma vez que “o risco de incêndio em algumas zonas vai ainda aumentar mais, com grande incidência a norte do rio Tejo”, apelando para que “o uso do fogo continue a não ser uma opção”.

Nós temos que baixar o número de ignições. Estamos com um número muito alto ainda. Quanto maior for o número de ignições, maior é a complexidade da gestão do fogo”, realçou.

Questionado sobre quais os incêndios que suscitaram maior preocupação nesta segunda-feira, o comandante da ANEPC destacou o incêndio de Castro Daire, no distrito de Viseu, adiantando que neste momento já está dominado.

“Depois, tivemos por volta da hora de almoço o fatídico incêndio de Oliveira de Frades. Neste momento, o incêndio não está estabilizado ainda, tem duas frentes ativas, porém a situação tende a melhorar”, referiu, vincando que “é muito provável que o incêndio na próxima madrugada fique estabilizado”.

Um bombeiro da corporação de Oliveira de Frades morreu esta segunda-feira enquanto combatia esse incêndio, tendo o comandante da ANEPC, Pedro Nunes, expressado as suas condolências aos familiares, amigos e colegas do bombeiro no início da conferência de imprensa.

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O comandante destacou ainda o incêndio de Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, “que estava a causar algumas preocupações”, mas que entretanto “ficou dominado”.