O estado de alerta devido ao risco de incêndios florestais vai prolongar-se em 14 distritos a norte do rio Tejo, incluindo Portalegre, até sexta-feira por causa das “condições atmosféricas difíceis”, anunciou esta terça-feira o ministro da Administração Interna.

O estado de alerta entrou em vigor às 00h00 de domingo e terminava às 23h59 desta terça-feira.

Em declarações aos jornalistas após uma reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional, na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Eduardo Cabrita referiu que o estado de alerta se prolonga até ao fim do dia de sexta-feira.

Os distritos abrangidos pelo estado de alerta desde domingo são Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

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Face às previsões adversas, a Proteção Civil acionou para os mesmos distritos o estado especial de alerta laranja, o segundo mais grave numa escala de quatro. Além do estado especial de alerta laranja para todos os distritos a norte do rio Tejo, vão estar em estado de alerta especial amarelo os restantes distritos do território continental, designadamente Setúbal, Évora, Beja e Faro.

Em situação de alerta é proibida a realização de queimas e queimadas e o uso de fogo de artifício ou de outros artefactos pirotécnicos, e são proibidos o acesso, a circulação e a permanência em espaços florestais “previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios”. Também não são permitidos trabalhos florestais e rurais com equipamentos elétricos como motorroçadoras, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.

Mais de 100 concelhos de 13 distritos em risco máximo de incêndio

Mais de 100 concelhos de 13 distritos de Portugal continental apresentam esta terça-feira risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O IPMA colocou em risco máximo de incêndio cerca de uma centena de concelhos dos distritos de Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre e Faro. O instituto colocou ainda em risco muito elevado e elevado de incêndio vários concelhos de todos os distritos (18) de Portugal continental.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo. Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Incêndios. Fogo em Oliveira de Frades alastra a concelho vizinho. Há 700 operacionais no terreno

O IPMA prevê para esta terça-feira no continente céu pouco nublado, aumentando de nebulosidade por nuvens altas, vento do quadrante leste, por vezes forte nas terras altas, e pequena descida da temperatura máxima na região Sul.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 11 graus Celsius (em Bragança e na Guarda) e os 21 (em Lisboa e Faro) e as máximas entre os 25 (na Guarda) e os 37 (em Santarém).

Madeira e 16 distritos do continente em risco muito elevado de exposição aos UV

Dezasseis distritos de Portugal continental e o arquipélago da Madeira apresentam esta terça-feira risco muito elevado de exposição à radiação UV, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). De acordo com o IPMA, todos os distritos de Portugal continental, exceto Viana do Castelo e Porto (que estão com níveis elevados), e o arquipélago da Madeira, apresentam hoje risco muito elevado de exposição à radiação UV.

No arquipélago dos Açores, as ilhas do Faial e São Miguel estão com níveis elevados e as Flores e Terceira em risco moderado.

Para as regiões com risco muito elevado, o IPMA aconselha a utilização de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao sol.

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13h de cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Fogo no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros reativou

O incêndio no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, em Porto de Mós, reativou-se esta terça-feira de manhã, disse à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria.

Segundo a mesma fonte, o reacendimento teve início pelas 10h31, com uma frente ativa. Às 12h50, a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicava que estavam no combate ao incêndio no PNSAC, em Serro Ventoso, no concelho de Porto de Mós, distrito de Leiria, 158 operacionais, apoiados por 43 veículos e três meios aéreos.

A mesma fonte refere que o fogo deflagrou às 01h49 de domingo em povoamento florestal. O incêndio foi dado como em fase de resolução na segunda-feira, pelas 19h50, pelo comandante distrital de Leiria, Carlos Guerra, que admitiu a possibilidade de reacendimentos, pelo que o dispositivo se manteve reforçado no local.

Este é um mérito de todos os operacionais, de todos quantos aqui estiveram, sapadores florestais, GNR… todos. Tiveram um esforço heroico durante estes dois dias. Foi de um desgaste físico notável. Foi muito exigente o combate neste terreno. Tenho de frisar o esforço que todos fizeram para chegarmos aqui, cerca de 43 horas depois, e vermos que o incêndio está resolvido”, salientou o comandante, numa conferência de imprensa no posto de comando.

A zona onde o incêndio se desenrolou é de difícil acesso para os operacionais apeados.

“Não me quero intrometer na gestão que o parque tem de fazer. Compreendo as questões da parte do parque natural e compreendo as questões que o ICNF tem de fazer sobre a gestão do seu território. Mas se me perguntam se gostaria de ter mais caminhos, eu diria que sim”, admitiu, acrescentando que a autarquia e a junta de freguesia têm procurado que se criem mais acessos no PNSAC.

Até segunda-feira ao final do dia, o incêndio tinha provocado seis feridos ligeiros: cinco operacionais e um civil, que foram assistidos no local.

Fogo em Celorico de Basto combatido por 126 homens

Um incêndio florestal que lavra desde segunda-feira à noite em Celorico de Basto, no distrito de Braga, está a ser combatido por 126 homens e não coloca em risco habitações, disse esta terça-feira fonte da proteção civil.

De acordo com fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Braga, o incêndio mantém-se ativo desde as 21h24 de segunda-feira, na zona de Alfarela, na União de Freguesias de Caçarilhe e Infesta.

O fogo está a consumir uma zona mista de floresta e mato, mas sem colocar casas em risco, disse a fonte. Às 12h50, o fogo estava a ser combatido por 126 operacionais, apoiados por um meio aéreo e 46 viaturas.

Artigo atualizado às 13h29