Vamos ao que interessa, mas neste caso não é “derrotar mauzões”, como se cantava no filme de Mulan, de 1998. Com a reedição da longa-metragem com atores de carne e osso lançada no Disney+, a Disney está a ser acusada de apoiar mauzões. Mais concretamente, as autoridades de Xinjiang, na China, que estarão no centro de um genocídio aos Uyghurs islâmicos.

Já antes de o filme estrear, Liu Yifei, que interpreta Mulan, demonstrou apoio para com a polícia de Hong Kong. É por este motivo que têm havido vários apelos de ativistas pró-democracia em Hong Kong para se boicotar o filme. Contudo, agora é a própria Disney que está no centro do conflito.

Como explica a CNN, no final do filme a empresa de entretenimento agradece a vários órgãos do governo chinês nos créditos do remake, como o departamento de publicidade do governo de Xinjiang e os escritórios de Segurança Pública e Turismo de Turpan, uma cidade na região. O problema? Esta é a região onde se crê que mais de dois milhões pessoas do povo Uyghur tenham sido presas desde 2015 em campos de “reeducação“, naquilo que é apelidado como um genocídio que esta população tem sofrido, como explicou o The New York Times.

De acordo com o departamento de Estado dos EUA, as autoridades de Turpan estão ativamente envolvidas em “violações e abusos dos direitos humanos”. A China tem negado estas acusações. Até agora, a Disney ainda não se pronunciou sobre estas acusações nem sobre quais foram os acordos que fez para poder gravar o filme na região de Xinjiang.

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Hong Kong. Ativistas pró-democracia incentivam boicote a “Mulan”

A estreia de “Mulan” no cinema estava prevista para março, mas foi adiada várias vezes por causa da pandemia e estará na plataforma de streaming da Disney, a Disney+. Além deste contratempo, o lançamento continuou adiado devido à controvérsia gerada pela atriz principal.