O Banco Central Europeu (BCE) manteve esta quinta-feira as políticas de estímulos monetários inalteradas, ainda com quase três mil milhões de euros para reforçar a zona euro e fazer face às consequências da pandemia de Covid-19 na economia.

Segundo noticia a Associated Press (AP), a pausa pode querer indicar o anúncio de mais estímulos no final do ano, uma vez que tanto o BCE como os seus pares globais – a reserva federal norte-americana (Fed), por exemplo – deixaram clara a sua determinação em manter o forte apoio para limitar os danos da pandemia.

A decisão foi tomada na reunião do Conselho de Governadores do BCE desta quinta-feira e os mercados estavam à espera de conhecer a previsão da entidade liderada por Christine Lagarde sobre as possíveis ameaças à recuperação económica de um euro mais forte, que pode prejudicar as exportações, e de uma baixa inflação, que indica fraca procura.

Analistas contactados pela agência AP pensam que o BCE adicionará ao fundo de emergência pandémica o estímulo de compra, na sua reunião de dezembro, altura em que terá novas previsões de inflação e crescimento.

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A economia dos 19 países da zona euro caiu 11,8% entre abril e junho.

Apesar da retoma que se tem verificado, não se espera que a economia recupere os níveis anteriores ao vírus antes de 2022.

O BCE está a injetar 1,35 mil milhões de euros em moeda recém-impressa, através da compra de títulos do Governo e corporativos, além de 20 mil milhões de euros em compras mensais de títulos de um esforço de estímulo lançado antes da pandemia de Covid-19.

Outras medidas são o crédito a longo prazo mais barato para que os bancos possam ajudar as empresas e uma taxa de juros negativa de 0,5% sobre os depósitos com maturidade de um dia, por bancos comerciais, como um incentivo para emprestarem o dinheiro em vez de o deixar acumular no banco central.

O esforço de estímulo do BCE acontece numa altura em que a Fed alterou a sua meta de taxa de juros de 2%, o que significa que pode manter o estímulo por um período mais longo, permitindo que a inflação supere a meta.

Tanto o BCE, como a Fed têm feito esforços para aumentar a inflação de acordo com suas metas.

O BCE viu a taxa de inflação cair abaixo de zero em agosto, com um valor anual de 0,2%, longe da meta do banco.