O primeiro-ministro, António Costa, participa esta quinta-feira na Córsega, França, na VII Cimeira dos Países do Sul da União Europeia, este ano marcada pela atual tensão no Mediterrâneo oriental face ao conflito entre Grécia e Turquia.

A reunião do «Med-7» – designação do fórum informal que reúne França, Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Chipre e Malta, desde 2016 -, que terá lugar na baía de Ajaccio, decorrerá no mesmo dia em que delegações da Turquia e da Grécia, países “aliados” na NATO, vão sentar-se  à mesma mesa, na sede da Aliança Atlântica, em Bruxelas, para tentar reduzir a tensão, que já ameaçou uma escalada militar.

Com a França a acolher pela primeira vez uma cimeira dos sete países do sul da UE, o Palácio do Eliseu indica que a reunião “será consagrada principalmente às questões mediterrânicas” e, no contexto das atuais “tensões no Mediterrâneo Oriental”, será uma oportunidade de “avançar no consenso sobre as relações da UE com a Turquia, em particular com vista ao Conselho Europeu de 24 e 25 de Setembro”, que tem esse tema no topo da agenda.

Antes da cimeira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, terá uma reunião bilateral com o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.

As tensões entre Turquia e Grécia devem-se a um conflito por causa da exploração de hidrocarbonetos no Mediterrâneo Oriental, numa zona que Ancara e Atenas reivindicam soberania.

Para apoiar a Grécia, Paris enviou navios de guerra e caças para a região, numa iniciativa que foi fortemente criticada por Ancara.

Além desta questão, os chefes de Estado e de Governo dos sete países do Sul da UE discutirão outros grandes temas que marcam a “rentrée” política 2020-2021, tais como o plano de recuperação da economia europeia face à crise da Covid-19, acordado em julho passado, o “Brexit”, num momento em que ganha força o cenário de o período de transição terminar sem um acordo sobre as relações futuras, e ainda o dossiê das migrações.

Nesta VII Cimeira dos Países do Sul da UE estarão presentes, além de Macron, Costa e Mitsotakis, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, o chefe de Governo italiano, Giuseppe Conte, e os primeiros-ministros de Chipre e Malta, Nicos Anastasiades e Robert Abela, respetivamente.

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