Dezenas de pessoas, incluindo jornalistas, foram detidas este sábado pela polícia durante uma marcha de mulheres no centro de Minsk, capital da Bielorrússia.

De acordo com os relatos da imprensa local, as detenções ocorreram na praça da Liberdade e arredores, onde decorrem os atos de protesto contra o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, e foram feitas por agentes uniformizados e à paisana.

As mulheres, que nas últimas semanas organizaram vários atos de protesto contra a violência policial, conseguiram, em alguns casos, evitar as prisões ao atacar os polícias, tendo até bloqueado as carrinhas das forças de segurança e formado correntes humanas para impedir a passagem dos agentes com os detidos.

Cada detenção foi acompanhada por um coro de gritos contra a polícia, segundo os vídeos divulgados em meios de comunicação como o portal tut.by.

A polícia alertou os presentes por megafone que a marcha não foi autorizada e, por isso, os participantes estavam a infringir a lei.

Depois das detenções, as mulheres continuaram a manifestar-se no centro da capital, onde no domingo vai ter lugar mais uma marcha contra Lukashenko, que em ocasiões anteriores reuniu mais de 100.000 pessoas.

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A líder da oposição, Svetlana Tikhanovskaya, pediu hoje às forças de segurança para renunciarem ao uso de força contra os manifestantes pacíficos.

“A violência que usam contra as mulheres é repugnante. Quero avisar que quem cometer um crime contra manifestantes pacíficos, contra o seu povo, terá que pagar por isso”, afirmou, numa mensagem de vídeo.

A Bielorrússia tem sido palco de várias manifestações desde 09 de agosto, quando Alexander Lukashenko conquistou um sexto mandato presidencial, numas eleições consideradas fraudulentas pela oposição e parte da comunidade internacional.

Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7.000 pessoas e reprimiu centenas de forma musculada, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções.

Os Estados Unidos, a União Europeia e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer um diálogo com a oposição.