Um homem acusado de ter matado outro a tiro em Viana do Castelo, em 2013, e que foi detido em julho em França, vai começar a ser julgado em outubro, disse esta segunda-feira o advogado da família da vítima.

Em declarações à Lusa, o advogado Francisco Morais da Fonte referiu que o início do julgamento está marcado para o dia 21 de outubro, às 14h, no tribunal de Viana do Castelo, estando ainda marcada uma segunda sessão para o dia 23, às 9h30.

O homem, que se encontra em prisão preventiva após sete anos em fuga, está acusado de um crime de homicídio qualificado, um crime de ofensa à integridade física qualificada e um crime de detenção de arma proibida.

A medida de coação foi aplicada ao homem, de 36 anos, em agosto, após ter sido presente a um juiz no tribunal de Viana do Castelo. Na altura, em comunicado enviado às redações, a Polícia Judiciária adiantou que “os factos remontam a 15 de janeiro de 2013, em Viana do Castelo, e vitimaram dois irmãos”.

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O primeiro foi atingido por golpes de arma branca e o segundo foi atingido mortalmente com um tiro de uma espingarda caçadeira, quando, acompanhados por outros familiares, procuravam o suspeito, junto da respetiva residência. Na sequência dos factos, e ainda nessa noite, o suspeito colocou-se em fuga, ausentando-se para o estrangeiro onde tinha familiares emigrados”, especifica a nota.

O alegado homicida, Valdemar Silva, conhecido pela alcunha de “Nono”, foi detido no dia 16 de julho em Longlaville, Nancy, em França, e no dia seguinte presente a um juiz do Tribunal de Recurso de Nancy, que ordenou a extradição para Portugal.

A PJ adiantou que, “ao longo dos sete anos que mediaram os factos e a detenção, houve intensa troca de informação entre a Polícia Judiciária e as congéneres europeias, visando a localização do suspeito, o qual acabou por ser localizado pela polícia francesa”.

O arguido “identificou-se com o nome de um familiar, procurando iludir o controlo policial”, mas “através da partilha de informação internacional, rapidamente foi confirmada a verdadeira identidade”.

Na altura da detenção, o advogado da família da vítima adiantou à Lusa que, “apesar de nunca ter sido localizado, o homem foi formalmente acusado da prática dos crimes de homicídio qualificado e ofensa à integridade física qualificada”.

A vítima mortal, Jorge Matos, de 35 anos e conhecido pela alcunha de “Cuba”, foi morto a tiro, enquanto o seu irmão ficou gravemente ferido na sequência de um esfaqueamento.

Em 2013, fonte da PSP explicou que os dois casos aconteceram em pontos diferentes do centro da cidade, entre as 23h10 e as 23h25, suspeitando-se que tenham envolvido o mesmo agressor. Os dois irmãos foram transportados ao hospital de Viana do Castelo, mas o mais velho acabou por morrer.