O Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu esta segunda-feira ao seu homólogo Vladimir Putin o esclarecimento sem demora “das circunstâncias e responsabilidades” da “tentativa de assassínio” do opositor russo Alexei Navalny, que definiu de “envenenamento”, indicou o Eliseu em comunicado.

“É necessária uma clarificação por parte da Rússia no âmbito de um inquérito credível e transparente”, pediu o chefe de Estado francês ao Presidente da Rússia durante um contacto telefónico, precisando que “a França partilha, na base das suas próprias análises, as conclusões de diversos dos seus parceiros europeus sobre os factos do envenenamento com a ajuda de um agente neurotóxico Novichok”. No comunicado, o Eliseu sublinha ainda que Macron expressou “a sua profunda preocupação pelo ato criminal perpetrado” contra Navalny e destacou a necessidade de “um esclarecimento por parte da Rússia no âmbito de uma investigação célere e transparente”.

Na passada terça-feira, a França anunciou o adiamento de um encontro entre os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa franceses e russos prevista para hoje em Paris, devido às tensões provocadas pelo envenenamento do opositor russo Alexei Navalny.

Principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny, 44 anos, transferido para um hospital de Berlim, foi, “sem dúvida”, segundo as autoridades alemãs, envenenado na Rússia por um agente neurotóxico do tipo Novichok, uma substância concebida na época soviética para fins militares e já utilizada contra o ex-agente duplo russo Serguei Skripal e sua filha Iulia, em 2018, em Inglaterra.

Já esta segunda-feira, Berlim anunciou que laboratórios em França e na Suécia analisaram os exames médicos efetuados a Navalny e confirmaram que se trata de um caso de envenenamento por um agente neurotóxico do tipo Novichok.

O Governo alemão e outros países ocidentais acusam as autoridades russas do crime, mas o Kremlin rejeita qualquer responsabilidade e refere está a ser alvo de acusações “absurdas”. Alexei Navalny, conhecido pelos seus inquéritos anticorrupção dirigidos à elite política russa, sentiu-se mal durante uma viagem de avião em 20 de agosto e foi hospitalizado de urgência em Omsk, na Sibéria, antes de ser enviado para Berlim.

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