O primeiro vice-presidente da bancada do PSD, Adão Silva, entregou esta terça-feira a lista para a direção do grupo parlamentar, cujo primeiro subscritor é Rui Rio, e defendeu uma união entre deputados e coordenação com a direção do partido.

“A minha candidatura é marcada, e quero que seja marcada, por uma lógica de unidade do grupo parlamentar, uma unidade que não se consome apenas no grupo parlamentar como tal, mas que nos deixa mais apetrechados e mais capazes para fazermos o trabalho que temos que fazer enquanto representantes do povo português na Assembleia da República”, afirmou, considerando que o grupo parlamentar do PSD “é muito plural”.

Adão Silva prestava declarações aos jornalistas na Assembleia da República, momentos depois de entregar a lista candidata à direção do grupo parlamentar e indicou que o primeiro subscritor da lista é o presidente do partido, e ainda presidente do grupo parlamentar, Rui Rio, que fez “um excelente mandato num tempo muito difícil”.

O deputado, e atual vice-presidente da bancada, salientou que esta lista se posiciona “numa lógica de continuidade”. “Eu acho que a minha candidatura não é uma candidatura de rutura é, sobretudo, uma candidatura de continuidade e oxalá que nesse aspeto eu seja capaz de dar essa continuidade, que muito desejo, mas depois cada um tem o seu estilo, naturalmente, e também cada um tem os seus afazeres”, defendeu.

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O parlamentar referiu também que fará “tudo o que for possível para que esta lista esteja profundamente coordenada com os órgãos” do PSD, destacando que o grupo parlamentar é um dos órgãos do partido. “Esta coordenação, esta solidariedade entre todos os órgãos do PSD é, para mim, absolutamente inquestionável e, nomeadamente, com a direção do partido e com o seu presidente”, acrescentou, argumentando que os deputados têm “uma responsabilidade acrescida no que tem a ver com o PSD” e, por isso, a liderança do grupo parlamentar não vai “enjeitar esta responsabilidade”.

Tal como tinha anunciado, Adão Silva propõe a continuidade dos atuais vices de Rui Rio — Carlos Peixoto, Luís Leite Ramos, Clara Marques Mendes, Ricardo Baptista Leite e Afonso Oliveira — e acrescentou como novidade nas vice-presidências a deputada Catarina Rocha Ferreira.

As eleições para escolher a futura direção da bancada disputam-se na quinta-feira, tendo o prazo para apresentação de listas terminado esta terça-feira pelas 18h. Fonte do grupo parlamentar do PSD confirmou à Lusa que apenas deu entrada a lista encabeçada por Adão Silva.

Aos jornalistas, Adão Silva destacou que a lista “foi muito fácil de fazer porque, em grande verdade, já vem do mandato anterior”, mas também conta com nomes novos, parlamentares que “se têm empenhado fortemente no trabalho aqui no grupo parlamentar do PSD e na Assembleia da República”. O deputado disse igualmente que tenciona “fazer mais reuniões” e “intensificar o debate” entre os deputados.

Na semana passada, o deputado e antigo vice-presidente da bancada do PSD Pedro Pinto anunciou que seria também candidato ao cargo, mas na segunda-feira anunciou a sua desistência, dizendo que “há caminhos que não se fazem sozinho”, após ter feito contactados na bancada com vista à apresentação de uma lista.

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Questionado esta terça-feira sobre esta desistência, Adão Silva respondeu que “não deixa dúvidas nenhumas que é contributo para que grupo parlamentar esteja mais unido”.

Como secretários da direção do grupo parlamentar, integram a lista de Adão Silva os deputados António Ventura e Hugo Carneiro, também secretário-geral adjunto do partido e o único que transita da lista de Rui Rio, que contava também com Isaura Morais e Catarina Rocha Ferreira. No que toca aos coordenadores das comissões parlamentares, a maioria transita do mandato anterior.

Rui Rio foi eleito líder da bancada do PSD a 6 de novembro do ano passado por 89,87% dos votos, cargo a que concorreu sem oposição. Na eleição, votaram os 79 deputados do PSD, tendo 71 votado “sim” e registando-se seis votos brancos e dois nulos.