Com quedas catastróficas no número de passageiros desde o início da crise pandémica, a industria da aviação está a fazer tudo para combater o medo de viajar.  Ainda que não existam estudos que determinem quais são as probabilidade de os passageiros serem contaminados com o novo coronavírus durante as viagens de avião, as companhias aéreas viram o tráfego global cair quase 80% em julho, comparando ao período homólogo do ano passado. Para gerarem lucro, estas precisariam de manter uma ocupação de 70% a 80% da lotação, o que tem sido complicado de gerir uma vez que os aviões estão a funcionar apenas com metade da sua capacidade máxima, de modo a manter a distância de segurança entre os passageiros.

No entanto para auxiliar quer os custos para os passageiros, como para as companhias aéreas, os novos protótipos de assentos podem ser uma alternativa para manter a lotação original sem que se corram riscos de saúde pública.

A empresa italina Aviointeriors, por exemplo, aposta em bancos que tentam criar uma zona isolada para o passageiro, a fim de evitar ou minimizar as interações entre passageiros por via aérea. Desde divisórias de acrílico das variadas formas, a assentos colocados em posição invertida, os novos conceitos pretendem tornar o espaço dos aviões mais seguros, não descartando as medidas que estão já a serem utilizadas.

Os Glassafe são proteções de acrílico transparente que permitem minimizar as interações sociais entre os passageiros nos aviões, reduzindo assim o risco de contaminação pelo novo coronavírus.

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Os Janus são assentos que, para além da proteção em acrílico, são posicionados de forma invertida. Isto é, numa fila de três lugares, o assento correspondente ao lugar do meio fica virado de costas, enquanto os restantes dois ficam virados para a frente, como pode ver na imagem. A proteção do assento permite ao passageiro sentado de forma invertida utilizar a mesa de refeição e outros equipamentos possíveis.

Mark Hiller, CEO da Recaro Aircraft Seating, alemã que produz acessórios para aeronaves, explica ao jornal The Guardian que são necessárias soluções fáceis de manobrar, leves e disponíveis a curto prazo. No entanto os custos de manutenção podem ser uma entrave ao investimento por parte das companhias aéreas que atravessam uma crise financeira. É “necessário provar que essas soluções proporcionarão tranquilidade aos passageiros e retorno sobre o investimento”, afirma Hiller.

Até agora, a Recaro não teve nenhum comprador para as suas propostas.