Os principais jornais independentes da Bielorrússia publicaram ao longo desta quinta-feira várias notícias sem fotografia, em solidariedade com dois fotojornalistas que foram condenados a penas de prisão a 16 de setembro.

Em causa estão os fotojornalistas Uladz Hrydzin (que trabalha com a Radio Free Europe / Radio Liberty) e Alyaksandr Vasyukovich (jornalista freelancer que trabalha com vários órgãos de comunicação social). Os dois jornalistas foram condenados a 11 dias de prisão depois de terem sido declarados culpados de terem estado presentes num “ajuntamento de massas não autorizado”.

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Esse “ajuntamento” foi a mais recente manifestação contra o regime de Alexander Lukashenko, que aconteceu este domingo, tal como tem vindo a acontecer nas últimas semanas desde as eleições presidenciais de 9 de agosto — não reconhecidas nem pela oposição nem pela comunidade internacional, União Europeia incluída.

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Os dois fotojornalistas foram detidos num bar-restaurante de Minsk, o 1067, enquanto enviavam as suas fotografias para as respetivas publicações. Foram detidos por membros da OMON, a polícia anti-motim da Bielorrússia. Por norma, os agentes da OMON estão à paisana, com a cara tapada com passa-montanhas, levantam e empurram cidadãos para dentro de carrinhas descaracterizadas.

Esta não é a primeira vez desde que, na atual vaga de repressão ligada às eleições presidenciais de 9 de agosto, os jornalistas a trabalhar na Bielorrússia são visados pelas autoridades. A 4 de setembro, seis jornalistas bielorrussos foram condenados a penas de três dias por terem estado presentes (a trabalhar) em manifestações contra o regime.

Mais brandas com os media internacionais, as autoridades bielorrussas tomaram ainda assim a decisão de retirar o visto de imprensa a pelo menos 17 jornalistas de órgão de comunicação social estrangeiros durante este período.