Sem surpresas, Adão Silva foi eleito líder parlamentar do PSD, sucedendo a Rui Rio. O resultado de 81% dos votos podia significar que o grupo está pacificado, mas houve confusão durante o escrutínio. Quando os deputados chegaram à sala não havia cabine de voto e o momento estava a ser registado através de vídeo e fotografia. Como só havia uma lista, sendo forçados a votar em frente às câmaras, alguns deputados entenderam que estavam a ser condicionados. Pedro Pinto, que tentou formar lista contra Adão Silva, pediu para não ser filmado e afirmou: “Só voto se as câmaras forem desligadas“. Depois de votar, Pedro Pinto pediu que voltasse a ser ligada a câmara e gravou uma declaração em forma protesto, para que ficasse registada a sua indignação. Na sequência desta confusão, deputados críticos de Rio admitem ao observador vir a fazer queixa ao Conselho de Jurisdição.

Vários deputados confirmaram ao Observador que a votação decorreu numa sala pequena (da direção da bancada) e que lá dentro chegaram a estar quatro pessoas: o fotógrafo oficial, o camera man, o chefe de gabinete do grupo e ainda uma secretária. Pedro Pinto, que tentou fazer lista contra Adão Silva, confirmou ao Observador que protestou por estar a ser filmado e fotografado no momento do voto.

Quando anunciou a vitória, Adão Silva considerou “bastante surpreendentes” as queixas sobre “o ato eleitoral em si”. “Foi sempre assim que fizemos.Há sempre as filmagens e as fotografias”, garantiu o recém-eleito líder parlamentar. E acrescentou: “Houve duas ou três objeções. As máquinas foram desligadas e as fotografias não foram feitas.”

Os deputados críticos do atual líder confirmam, de facto, que já tinha sido assim na eleição de Rui Rio, mas não nas anteriores. Além disso, houve algo inédito: um único boletim de voto para a direção de bancada e para os coordenadores e vice-coordenadores. O que significa isto? Que não havia a opção de os deputados votarem numa forma para os coordenadores (como aconteceu na eleição de Fernando Negrão, eleito com apenas 39% dos votos) e outra para a direção. O modelo do passado permitia que deputados coordenadores pudessem votar em si próprios, mas abster-se para na hora de escolher a direção. O modelo imposto desta vez obrigam todos os coordenadores a votarem na direção da bancada para poderem votar em si próprios.

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Adão Silva, na intervenção que fez após os resultados, classificou os resultados como “muito substantivos” (são menos do que os 89,9% de Rui Rio, mas mais do que os 39% de Fernando Negrão) e disse esperar um “grupo parlamentar dedicado” e “empenhado”. O novo presidente do grupo parlamentar falou ainda em “unidade”, apesar das “vicissitudes” que marcaram o dia.

Eleições GPPSD: Adão Silva em declarações à imprensa

Adão Silva foi eleito, esta quinta-feira, Presidente do Grupo Parlamentar do PSD, sucedendo a Rui Rio. O deputado, até aqui Vice-Presidente de Rui Rio, assegura que pretende que o seu mandato seja marcado pela unidade do Grupo Parlamentar, uma unidade “que nos deixe mais apetrechados e capazes para fazermos o trabalho que temos de fazer enquanto representantes do povo português”.Reveja aqui as declarações.#PSD #PrimeiroPortugal

Posted by Partido Social Democrata on Thursday, September 17, 2020