1-2, 1-0, 2-1. Em três jogos na época passada, o FC Porto perdeu sempre com o Sp. Braga. Primeiro no Dragão, depois na final da Taça da Liga, depois na Pedreira. Os minhotos foram um autêntico calcanhar de Aquiles dos dragões, que perderam então um troféu para o Sp. Braga e não conseguiram ultrapassar a equipa do Minho durante uma temporada inteira. O fantasma foi finalmente afastado este sábado, em casa, com uma vitória inequívoca na primeira jornada da Liga.

A sensação agridoce que é ter em Alex Telles o melhor jogador da equipa (a crónica do FC Porto-Sp. Braga)

Além disso, os dragões evitaram a escorregadela da época passada e entraram no Campeonato a ganhar, depois da derrota em Barcelos com o Gil Vicente em 2019/20. Assim, a equipa de Sérgio Conceição não deixou o Benfica fugir desde já, já que os encarnados golearam esta sexta-feira o Famalicão e já tinham três pontos conquistados quando o FC Porto entrou este sábado em campo. Num jogo em que os dragões começaram com um onze totalmente decalcado do do ano passado, sem qualquer reforço nem alteração tática, ainda houve espaço para as estreias de Zaidu e Taremi, com o avançado iraniano a conquistar uma grande penalidade na primeira vez em que tocou na bola. Já o antigo jogador do Santa Clara, que jogou cerca de um quarto de hora, é um autêntico work in progress da equipa técnica azul e branca, com Conceição e Vítor Bruno a preocuparem-se muito com o posicionamento do nigeriano.

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Alex Telles assistiu para o primeiro golo, de Sérgio Oliveira, e bisou na partida mas, na flash interview, Sérgio Conceição recusou a ideia de resumir a vitória a um só jogador. “Não penso isso [dessa forma]. Foi um grande jogo da equipa, não espetacular, foram três pontos. Trabalhámos muito bem, fomos muito inteligentes e daí eu apostar num onze que conhece bem o que queremos. Com um Sp. Braga a jogar ligeiramente diferente de outras equipas que encontramos no Campeonato. Privilegia a posse de bola, a equipa tinha de ser defensivamente coesa, na frente com mobilidade grande, encontrar espaços e ferir o Sp. Braga onde sabíamos que normalmente sofre mais. Na inteligência de jogo fomos muito capazes, merecemos a vitória. A equipa esteve bem, não nos podemos esquecer que hoje se estrearam dois jogadores com este símbolo ao peito, nunca é fácil, entraram muito bem. Mas parabéns à equipa, não a um jogador”, explicou o treinador dos dragões, que em comentário a uma eventual saída do lateral brasileiro garantiu que “não ficava nada chateado” se “entrasse mais alguém” na equipa. Mais tarde, na conferência de imprensa, o técnico disse “louvar o profissionalismo de Telles”, deixando depreender que o jogador vai mesmo sair.

Certo é que o FC Porto manteve este sábado e contra o Sp. Braga uma série que dura há muito: há 45 jogos consecutivos que os dragões marcam sempre em casa para a Liga, num número que sobe para as 61 partidas seguidas se falarmos de todas as competições. Além disso, e nos últimos cinco encontros no Dragão, o FC Porto ganhou sempre por pelo menos dois golos de diferença, marcando um total de 20 golos nesse período.

“Foi um bom jogo de futebol, uma boa propaganda para o nosso futebol. Entrámos muito bem, com vontade de chegar ao golo e tivemos três ocasiões para o fazer, depois de um bom posicionamento defensivo. O Sp. Braga no único remate enquadrado que fez depois marcou. Depois do golo tivemos carácter e personalidade. Fomos à procura antes do intervalo de ter o marcador não a favor do adversário e conseguimos isso. Depois do remate do [Ricardo] Horta o jogo foi todo nosso. Se tivéssemos definido melhor poderíamos ter marcado mais mas o resultado é justíssimo, diferença de dois golos, contra um clube que tem feito um trabalho fantástico”, terminou Sérgio Conceição, em análise à partida.