A culpa, segundo Miguel Oliveira, foi dos pneus frios. “Os pneus estavam frios e foi por isso quecaí. Ainda fui ao centro médico, fiz um exame rápido, mas parece que está tudo bem. Quando se cai por os pneus estarem frios, não há muito a fazer”, explicou o piloto português este sábado, depois de ter caído duas vezes durante as sessões de treinos para o Grande Prémio da Riviera de Rimini.

Miguel Oliveira cai duas vezes, visita o centro médico, volta à pista para a qualificação e vai sair de 15.º

Oliveira caiu duas vezes, ainda foi dos mais rápidos da Q1 mas não conseguiu a qualificação para a Q2 e acabou por ficar com o 15.º lugar da grelha de partida — atrás das duas motas de fábrica da KTM, que ficaram no top 10, e do colega de equipa Iker Lecuona. “As motas são exatamente iguais mas em termos de afinação [as da KTM] devem ter algo diferente. Mas vamos ver amanhã [domingo]. Temos um bom ritmo de corrida. Só preciso de começar melhor do que na semana passada e fazer umas ultrapassagens no início”, disse o piloto natural de Almada, recordando o Grande Prémio de San Marino, onde não foi além da 11.ª posição depois de um arranque pouco conseguido.

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O plano, portanto, era simples: “Temos de ir ao ataque de início ao fim, fazer uma corrida inteligente e trazer o que for possível para casa”, atirou Miguel Oliveira, depois de desabafar nas redes sociais, em jeito de brincadeira, que tinha tido um “dia complicado no escritório”. Com Maverick Vinãles na pole-position, seguido de Jack Miller e Fabio Quartararo, o piloto português conseguiu o arranque que pretendia e saltou três posições logo nas primeiras curvas, aproveitando depois as quedas de Rossi e Binder para subir à 10.ª posição e aos pontos.

Miguel Oliveira sai mal, recupera quatro posições e termina no 11.º lugar na festa dos protegidos de Rossi

Lá à frente, e depois de ter segurado a liderança nas primeiras voltas, Viñales acabou por permitir a ultrapassagem de Bagnaia e caiu para segundo. No último degrau do pódio, Espargaró tentava ser o piloto do dia da KTM, depois de Brad Binder ter caído quando estava precisamente em terceiro, e Quartararo foi afastado para a quarta posição enquanto que Miller acabou por abandonar. Miguel Oliveira, com um ritmo superior ao dos pilotos que estavam na mesma zona da classificação, superou Álex Márquez e aproveitou os abandonos para chegar ao 9.º lugar na volta 9, colado a Lecuona, o colega de equipa. Foi por esta altura que o piloto português fez a melhor volta a título pessoal até então, ficando a apenas um segundo da outra mota da Tech 3 e registando um tempo muito semelhante ao de Bagnaia, que estava na liderança da corrida.

Oliveira ultrapassou Lecuona na volta 14, confirmado a subida de 15.º para sexto, e era nesta altura um dos pilotos mais rápidos em pista, superado por milésimos por Bagnaia e Viñales. Bagnaia, porém, desperdiçou a possibilidade de ganhar pela primeira vez um Grande Prémio de Moto GP a seis voltas da bandeira de xadrez, na curva 6, com uma queda que nem lhe permitiu regressar à pista. Viñales aproveitou e subiu à liderança e todos os pilotos consequentes avançaram uma posição, incluindo Miguel Oliveira, que passou a ser quinto.

O piloto português ainda teve esperança de chegar ao quarto lugar, graças a uma penalização aplicada a Quartararo mesmo na reta final da corrida, mas a diferença de tempo não foi suficiente. Vinãles ganhou — apenas e só graças à queda de Bagnaia, que é o grande derrotado do dia –, Joan Mir foi segundo e Espargaró foi o grande beneficiado do castigo a Quartararo, subindo ao terceiro lugar e garantindo um lugar no pódio à KTM. No fim, e depois de ter saído de 15.º, Miguel Oliveira escalou 10 posições, fez uma prova admirável e alcançou o segundo melhor resultado da carreira no Moto GP, apenas atrás da histórica vitória no GP da Estíria.