À saída da reunião entre António Costa e parceiros sociais, a propósito do Plano de Recuperação e Resiliência, Isabel Camarinha, secretária geral da CGTP, assegurou que a resposta do Governo face à valorização dos salários gerou “preocupação”: “Não vai no sentido daquilo que consideramos que é fundamental”.

Isabel Camarinha referia-se ao “aumento geral dos salários de todos os trabalhadores” e também ao aumento do salário mínimo nacional “de forma significativa”, para assim “aumentar a Economia”.

“A resposta do primeiro-ministro foi que o Governo mantém aquele objetivo, que para nós é insuficiente, de até ao final da legislatura o salário mínimo atingir os 750 euros”, referiu, acrescentando ainda que António Costa alertou que “este ano terá de se ter em conta a situação da Economia”. “O aumento do salário mínimo este ano poderá não ser igual ao de 2020”, alertou.

De 2019 para 2020, o salário mínimo nacional passou dos 600 para os 635 euros — um aumento de 35 euros brutos, equivalente a um crescimento de 5,8%.

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Costa prepara aumento do salário mínimo em 2021 e descida do IVA já este ano

A Assembleia da República debate na quarta-feira o Plano de recuperação e Resiliência, cujas linhas gerais foram apresentadas na segunda-feira aos partidos e mereceram críticas da esquerda à direita, mas as forças políticas mostraram-se disponíveis para dar contributos.

O esboço do Plano de Recuperação e Resiliência prevê um investimento de 12,9 mil milhões de euros em resiliência e transição climática e digital, sendo a maior fatia, 3.200 milhões de euros, destinada a saúde e habitação.

O Governo dividiu este plano em três grandes áreas: resiliência, transição climática e transição digital.

Para a resiliência, que junta as vulnerabilidades sociais, o potencial produtivo e a competitividade e coesão territorial, o Governo prevê um investimento de sete mil milhões de euros, mais de metade do total, sendo que a maior parcela, 3.200 milhões, será aplicado no Serviço Nacional de Saúde, na habitação e em respostas sociais.

Para o potencial produtivo, que agrega o investimento e inovação com qualificações profissionais, estão destinados 2.500 milhões de euros. Já para a competitividade e coesão territorial são previstos 1.500 milhões de euros. Para a transição climática, o plano prevê um investimento de 2.700 milhões de euros e para a transição digital estão alocados três mil milhões, divididos entre as escolas, as empresas e a administração pública.

Este plano, que é um dos instrumentos desenhados a partir da visão estratégica do gestor e professor universitário Costa Silva, vai ser apresentado em 14 de outubro no parlamento, e no dia seguinte será apresentado à Comissão Europeia.

O Plano de Recuperação e Resiliência enquadra-se no Plano de Recuperação Europeu.