O Porto Santo volta na quarta-feira a recordar a passagem do navegador Cristóvão Colombo pela ilha com um festival de cinco dias, marcado pelas contingências da pandemia, no qual o Governo da Madeira investiu 145 mil euros.

“Este ano, contudo, tem a particularidade de ter sido preparado um plano de contingência no sentido de estabelecer as medidas preventivas de contágio e infeção Covid-19”, afirmou a Secretaria Regional do Turismo e cultura, que é responsável pela organização do evento, numa nota enviada à agência Lusa.

O executivo referiu que vai investir mais 10 mil euros do que em 2019 neste programa, inicialmente idealizado para prolongar a permanência dos visitantes na ilha, devido à sazonalidade turística. Nesta edição participam cerca de uma centena de pessoas.

Por seu turno, o presidente da Câmara do Porto Santo declarou à Lusa que devido à pandemia de Covid-19 “o Festival Colombo será feito nos moldes possíveis, sem desembarque, sem cortejo e sem eventos que possam aglomerar pessoas”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Idalino Vasconcelos destacou que este é “um evento que tem muita procura por turistas regionais, nacionais e estrangeiros, sendo já uma referência no exterior, mas este ano terá menos procura por força das contingências atuais”. O autarca enfatizou que “todas as recomendações das autoridades de saúde foram tomadas”.

A secretaria do Turismo adiantou que “haverá uma limitação de espaços nos espetáculos na Praça do Barqueiro [centro da cidade], precisamente para salvaguardar a segurança de todos”, concentrando-se neste espaço a maioria das iniciativas ligadas ao evento.

Todos os dias haverá música ambiente, decorações alusivas à época, a ‘praça dos infantes e petizes’ e arruadas cénicas, mas a edição deste ano fica marcada pelo cancelamento da tradicional recriação do desembarque de Cristóvão Colombo da nau Santa Maria e do cortejo que percorria as ruas até ao centro da cidade.

Em substituição, decorre no primeiro dia o “anúncio da chegada de Cristóvão Colombo” e um concerto musical intitulado “Epopeia trágico–marítima”.

No Largo da Palmeira estará representado o artesanato e os produtos regionais, enquanto na alameda da cidade será a “praça dos jogos medievais” e na Casa-Museu Cristóvão Colombo haverá uma exposição denominada “Depois de Colombo”, da autoria do artista Ricardo Veloza.

Serão recordados no evento os “ataques dos piratas às gentes do Porto Santo” e “as bodas de Cristóvão Colombo e Filipa Moniz”, filha do descobridor Bartolomeu Perestrelo, o primeiro capitão donatário da ilha.

No sábado, no Centro de Congressos do Porto Santo, é inaugurada uma exposição interativa e oficina para as famílias com o tema “O Meu Concelho… Porto Santo — piratas e corsários”.

A mostra organizada pela Direção Regional do Arquivo e Biblioteca lembra que “a História do Porto Santo está cheia de episódios marcantes, um dos quais foi o violento ataque de corsários argelinos em 1617”, pelo que se convida as famílias “a participar numa sessão interativa, na qual se irá reconstituir aquele evento de forma lúdica”.