O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, tomou posse esta quarta-feira, segundo a Belta, agência de notícias estatal, citada pela Reuters. A cerimónia terá tido lugar perante centenas de pessoas, mas sem qualquer anúncio prévio, ao contrário do que é habitual neste tipo de ocasiões.
De acordo com a agência Belta, Lukashenko colocou a mão sobre a constituição e prometeu “servir fielmente o povo da República da Bielorrússia, respeitar e proteger os direitos e as liberdades dos homens e dos cidadãos, seguir e proteger a Constituição da República da Bielorrússia, e cumprir de forma rigorosa e consciente os deveres” que lhe foram confiados.
Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, venceu as eleições presidenciais de 9 de agosto com 84,28% dos votos, mas é contestado pela oposição e não tem o reconhecimento da comunidade internacional, incluindo União Europeia e EUA.
As presidenciais geraram forte contestação no país, que foi reprimida pela polícia. Só nos primeiros três dias de protestos, a seguir às eleições, foram detidas seis mil pessoas, mas desde então o número não parou de aumentar. Anais Marin, investigadora de Direitos Humanos das Nações Unidas concluiu que mais de 10 mil pessoas foram “detidas de forma abusiva” desde que os protestos começaram e que há pelo menos 500 casos reportados de tortura. No total, segundo a oposição, morreram ainda seis pessoas e houve centenas de feridos.
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