A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, lembrou na conferência de imprensa desta quarta-feira que continuam a impor-se os períodos de 14 dias de quarentena e que os de dez dias “que tanto têm sido falados” não se aplicam a todos o casos. No dia em que Espanha decidiu que os contactos com doentes de Covid-19, que testem negativo, podem sair de casa ao fim de um período de tempo mais curto, desde que sejam saudáveis e não tenham sintomas, a responsável mostrou uma posição diferente.

Quando questionada sobre os critérios de testagem numa escola, Graça Freitas disse que sempre que existe um caso positivo inicia-se uma investigação epidemiológica e “as pessoas são dividas em três grupos: as que não tiveram contacto são não contacto de risco, depois há contactos de baixo risco, pela distância, porque usaram proteção… e depois de alto risco, que são os contactos próximos e não protegido com o doente”, explicou.

Estas pessoas mesmo sem fazer o teste têm que ficar isoladas. E não é por não terem feito ainda o teste que são consideradas de alto risco. Foi o seu contacto com o infetado que o determinou. “Potencialmente contagiou-se e pode contagiar”, disse. Mais, “por uma questão de precaução em saúde pública, mesmo com um teste negativo, estas pessoas mantêm-se em isolamento profilático que continua a ser de 14 dias“.

Em Espanha, no entanto, foi esta quarta-feira aprovada a redução do período de quarentena de 14 para dez dias nos casos que tiveram contactos com positivos, mas que deram negativo — desde que sejam pessoas saudáveis e sem sintomas. No entanto, para Graça Freitas, disse que “esta questão que se tem falado de 10 dias não se aplica a esta situação de contactos de alto risco com testes negativos e assintomáticos, aplica-se aos casos positivos e com resultados positivos”, que já não tenham sintomas e não tomem medicação.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Medir temperatura nas escolas só com consentimento dos pais

A diretora-geral ainda alertou as escolas que medem a temperatura aos seus alunos como forma de controlo da pandemia que só o podem fazer com o consentimento dos pais e que esse registos não podem ser divulgados.

Graça Freitas disse, na mesma conferência de imprensa, que essa não é uma recomendação da DGS ou do Ministério da Educação para as escolas e que a recolha de temperatura “é feita nos aeroportos e com determinados critérios e equipamentos. Na restante população não temos recomendações específicas a não ser que as pessoas façam a automonitorização dos sintomas”. E ainda acrescentou que quem faz essa recolha “deve pedir autorização às pessoas e manter o sigilo sobre os valores”.

Capacidade do SNS é “constante”, diz ministra

Já Marta Temido aproveitou a conferência para deixar alguma esperança a todos os utentes do Serviço Nacional de Saúde. Para dar uma imagem da resposta, a ministra da Saúde lembrou que em finais de abril chegaram a estar internados 1300 doentes com Covid-19 e 270 em Unidades de Cuidados Intensivos. Quando neste momento estão 571, 77 em UCI.

E lembrou que desde o início do ano que o SNS dispõe de mais 5.236 profissionais de. Destes, a título de exemplo, 1527 são enfermeiros, 1784 assistentes operacionais, 542 assistentes técnicos.

Artigo atualizado dia 24 de setembro com informação sobre a medição de temperatura nas escolas.