A polícia bielorrussa utilizou esta quarta-feira canhões de água para dispersar milhares de manifestantes que se reuniram no centro de Minsk após a tomada de posse, à porta fechada, do Presidente Alexander Lukashenko, confrontado com um movimento de contestação histórico.

Segundo reporta a agência de notícias France-Presse (AFP), as forças da ordem começaram a dispersar os vários milhares de manifestantes que se juntaram na Avenida dos Vencedores, no centro da capital da Bielorrússia, tendo procedido a dezenas de detenções.

Alexander Lukashenko, confrontado com um inédito movimento popular de contestação pós-eleitoral, prestou juramento esta quarta-feira em segredo para um sexto mandato, antes de proclamar que a “revolução” pretendida pelos seus adversários fracassou.

Para os opositores e os media independentes, esta cerimónia, que deveria ocorrer legalmente antes de 9 de outubro, foi organizada em segredo para não servir de catalisador a uma nova grande manifestação das oposições.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo dados oficiais, Lukashenko foi reeleito com 80,1% dos votos nas eleições de 9 de agosto, resultado não reconhecido pela oposição ou pelo Ocidente e que desencadeou a maior vaga de protestos da história pós-soviética na Bielorrússia. Após a posse, a oposição bielorrussa apelou aos protestos por tempo indeterminado.

Nunca aceitaremos as fraudes e exigimos novas eleições”, disse Pavel Latushko, um dos líderes da oposição bielorrussa, numa mensagem publicada na rede social Telegram.

Latushko, ex-ministro da Cultura e membro do conselho de coordenação para a transferência pacífica do poder na Bielorrússia (entidade criada pela oposição), acrescentou que esta plataforma da oposição apela a todos a “uma ação de desobediência indefinida”.

A Bielorrússia tem sido palco de várias manifestações desde 9 de agosto.