O BCP terá manifestado ao Governo a disponibilidade para avaliar uma fusão com o banco Montepio num cenário de uma eventual intervenção nesta instituição, noticia este sábado o Expresso. Segundo o jornal, a administração liderada por Miguel Maya comunicou ao Ministério das Finanças essa disponibilidade durante uma reunião realizada com o ministro João Leão.

A reunião em causa teve como tema principal as moratórias de crédito. O Ministério das Finanças reuniu aliás com administrações de bancos sobre o mesmo assunto, antecipando a decisão aprovada no último Conselho de Ministros de estender a suspensão de pagamentos de capital e, em alguns casos de juros, até setembro do próximo ano. No entanto, o Expresso adianta que a situação no Montepio foi abordada nestas reuniões por vários responsáveis da banca.

O Montepio está a preparar uma grande reestruturação que pode levar à saída de centenas de trabalhadores, tal como o Observador já tinha noticiado, mas a administração do banco não confirma os números de redução de efetivos. O plano de reestruturação preparado pela comissão executiva, e que assenta em rescisões e reformas antecipadas, estará a provocar tensão entre os órgãos sociais do banco e da associação mutualista.

Montepio confirma plano de dispensar “entre 600 e 900 pessoas”

Questionado pelo Expresso, o BCP não comenta. Já o Ministério das Finanças confirma a realização de reuniões com a banca, mas acrescenta que não tiveram como objetivo discutir a situação no Montepio.

O jornal lembra que o presidente Miguel Maya, apesar de ter afastado planos para crescer por aquisições em Portugal, também sinalizou que o banco tem o dever de olhar para as oportunidades que surgirem no mercado. Neste caso, uma eventual fusão poderia resultar de uma intervenção das autoridades em nome da estabilidade financeira, como aconteceu nos casos do Banif ou do Banco Popular cujas as operações comerciais foram integradas por uma outra instituição financeira, o Santander.

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