O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, considerou esta sexta-feira “um grande desafio” e “oportunidade” o Programa ATL-100, para desenvolver, fabricar e operar uma nova aeronave ligeira, numa parceria no Alentejo do CEiiA com a DESAER.

É um grande desafio, mas também é uma grande oportunidade e temos que olhar para as oportunidades sobretudo no momento que atravessamos”, afirmou.

O ministro, que falava aos jornalistas, em Évora, depois da apresentação deste que é o primeiro programa aeronáutico completo de Portugal, lembrou que “a aviação vai sofrer grandes alterações em todo o mundo”.

Por isso, “projetos de nicho” são “o futuro e este é um projeto de nicho”, que vai ao encontro daquilo que se sabe que é “o futuro da aviação”, ou seja, “a aviação leve e verde”, afiançou. “Ora, este projeto tem todas as características para se posicionar hoje no contexto europeu e no contexto mundial como um projeto do futuro”, argumentou Manuel Heitor.

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O que constitui “um desafio em termos da capacidade humana e científica”, mas o percurso do CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto com a construtora aeronáutica brasileira Embraer, que tem duas fábricas em Évora, no desenvolvimento do avião militar KC-390, e com a empresa brasileira DESAER, agora nesta joint-venture, atesta a credibilidade do projeto, disse o ministro.

“Isto não é uma aventura, é um projeto que tem 10 anos de história [devido ao KC-390] e vai entrar numa nova fase que pode alavancar novas oportunidades” e “sobretudo criar mais de mil postos de trabalho e facilitar em Portugal o desenvolvimento e a comercialização de produtos de maior valor acrescentado, que é o que todos queremos para criar mais riqueza”, congratulou-se.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que esteve presente na sessão de apresentação juntamente com a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, realçou ainda tratar-se de um “projeto de alta tecnologia”.

O que é novo neste projeto é toda a industrialização e comercialização de um serviço novo de aviação leve, com baixos impactos de pegada ecológica, mas é sobretudo um programa de alto conteúdo tecnológico e, portanto, empregador de talento e de criação de riqueza”, frisou.

A fase de desenvolvimento do Programa ATL-100 vai ficar centrada nas instalações do CEiiA no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), em Évora, onde foi esta sexta-feira apresentado.

A nova aeronave ligeira a desenvolver, fabricar e operar a partir do Alentejo, implicando a construção de uma fábrica cuja localização ainda não está definida — ou em Beja ou em Ponte de —-, vai ser multi-configurável, desenhada “para menores custos operacionais e maior sustentabilidade” e prevendo já uma futura “evolução para plataforma neutra em carbono”, referiram os promotores.

O CEiiA e a DESAER estimam que o programa “tenha um impacto direto de 1.200 empregos qualificados” criados na região do Alentejo.